terça-feira, fevereiro 28, 2006

Personal DNA

No final da reunião de terça feira na MCEL deu-me para fazer um teste de ADN de personalidade.

Deu nisto:


personalDNA

Benevolent Builder

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Distâncias

Aterrei esta manhã em Maputo. Entre a partida e a chegada um sismo de 7,5 na escala de ritcher no território moçambicano. Por aqui, para quem passou pelo susto, subsiste o medo das Réplicas e os sorrisos ao contar a aventura. Daí, de Portugal, chegam mensagens e telefonemas de receio, um "está tudo bem?" perguntado a medo, um medo que a distância ajuda a crescer.

Sobre a Liberdade (Ainda)

Domingo passado na Sic Noticias.

Entrevista de Mª João Avilez a José Tolentino Mendonça, Padre e Poeta.

A meio da noticia, o inevitavel tema das caricaturas e do conflito entre culturas e religiões... algures na Resposta retive esta questão lançada por Tolentino Mendonça:

"No ocidente devemo-nos perguntar:-o que faço eu com a minha Liberdade? , para que é que ela me serve?"

terça-feira, fevereiro 21, 2006

3/4 de Século

Os meus avós paternos começaram a namorar à 75 anos. Já não sabiam a data, lembravam-se do Ano 1931 e da ocasião: O baile de carnaval. Descobrimos nós (com a ajuda da internet) que foi no dia 17 de fevereiro.

Ela, a minha avó, lembra-se que estava vestida de minhota. Não se lembram os dois do que é que ele ia vestido.
Começaram a namorar. "Não era bem namorar, era coisa de criança" assegura a minha avó, que diz ainda "eu era um ano mais velha e tinha que lhe pôr juizo".
Casaram mais de 10 anos depois
Hoje estão juntos. 75 anos passados e por isso nos juntamos todos. Não para comemorar a história do "viveram felizes para sempre". Foi antes para celebrar as suas escolhas, aquelas que nos trouxeram a todos até aqui.
Obrigado Avós.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Perfil

O meu perfil é como uma fotografia.
É um retrato de um momento, de uma situação.
Como tudo na vida muda, evolui, altera-se...
porque eu mudo, porque mudam as circunstâncias.
Mudanças há que são meras evoluções. Outras, que sendo evoluções são uma revolução porque mudam muita coisa. Há ainda as rupturas, os momentos em que deixamos o passado para trás e olhamos só o futuro.
O meu perfil vai mudar. Para já a mudança ainda não se nota. Talvez se veja no olhar, ou nas conversas e nos textos que aqui escrevo, talvez dê para desconfiar e já a possam antecipar, mas para já não a vou revelar... a mudança há de chegar... vem devagar, sem pressas, mas está a chegar.

Porque tudo Muda...

em breve vou mudar de perfil.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Luck.

"The man who said 'I'd rather be lucky than good’ saw deeply into life. ~

People are afraid to face how great a part of life is dependent on luck. It's scary to think so much is out of one's control. There are moments in a match when the ball hits the top of the net and for a split second it can either go forward or fall back. With a little luck, it goes forward and you win…or maybe it doesn’t, and you lose.”

Match Point. Woody Allen

Segundo o Realizador, um filme sobre a Sorte e o papel que desempenha nas nossas vidas.
Um filme que faz pensar, sobre a vida de cada um, e a sorte que temos ou não. Na minha avaliação acho que não me posso queixar. Quem me lê as mãos diz que estão cheias de estrelas, um sinal de sorte. A que noto todos os dias na minha vida.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Beber a Vida

"Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos."

Florbela Espanca

Perspectivas

No filme "O Clube dos Poetas Mortos" os alunos do professor John Keating são convidados a durante a aula, subir a uma cadeira. O convite é um desafio. Um desafio a verem o seu mundo (de colégio interno e regras estrictas) de uma outra forma, de uma outra perspectiva.
Vem isto a propósito da aula de vinhos e vinhas ontem nos Goliardos. Dizia-nos a Silvia:-"provar um vinho é também como no filme, é olhar para ele de diferentes perspectivas, prova-lo depois de aberto e mais tarde quando ele já respirou, prova-lo só ou a acompanhar algo de comer, prova-lo de dia ou de noite, a esta ou aquela temperatura... cada perspectiva vai dizer-nos algo diferente sobre aquele vinho.
Deviamos tentar fazer assim também com as pessoas e com a vida: Olhar para elas de diferentes perspectivas, conhecer os seus diferentes angûlos, entender assim as suas diferentes reacções. Sairiamos certamente a ganhar.
Carpe Diem

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Alive

A capacidade humana de resistir perante a adversidade é algo que mexe comigo. Comove-me.

Há, dentro das muitas histórias de sobreviventes a acidentes, uma história que me marca mais que as outras. A história dos sobreviventes do avião uruguaio que se despenhou nos Andes em Outubro de 1972.

A história é curta: Um avião levanta do chile com destino a montevideu no Uruguay e despenha-se na cordilheira dos Andes, com cerca de 45 pessoas a bordo, a maior parte estudantes e jogadores de rugby da equipa old chirstans. 15 pessoas morrem no acidente e na noite seguinte. Os outros iniciam a luta pela sobrevivência. Fome, sede, frio abiaxo dos 30º, avalanches e finalmente a certeza de que já nãos os procuravam são os ingredientes dessa luta. 2 meses depois do acidente, quando já só restam 16 dos passageiros, 2 decidem tentar encontrar uma passagem para os vales chilenos. Passados 12 dias conseguem. Os 16 sobrevivem. Passaram 72 dias em condições inhumanas, mas sobreviveram.

Um documentário sobre o acidente deu na sexta feira passada no People & Arts. Retive 2 ideias das entrevistas com os sobreviventes.

" Nem sempre podes escolher como morrer. Ali tinhamos essa escolha: Ou escolhiamos morrer esperando, ou escolhiamos morrer andando. Eu escolhi andar, já não me movia nenhuma esperança, mas escolhi morrer a andar: Se tiver que morrer vai ser a andar." Quem diz esta frase foi um dos 2 que decidiu partir em busca de salvamento. Diz a frase depois de vários dias a andar, e ao chegar ao pico da montanha onde esperava ver os verdes vales do Chile. O que viu eram mais e mais picos. Podia ter desistido. Escolheu andar.
A outra frase que retive foi de um dos sobreviventes a falar do seu regresso à casa que o julgava morto: "Estava tudo na mesma. Só mudou a minha fotografia em cima da lareira. Tudo o resto estava igual. A vida das pessoas tinha continuado. Na mesma..."

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Direitos e Responsabilidade Humanas (2)

Ainda sobre este tema.
Se os direitos do Homem são fundamentais, também fundamentais são as suas responsabilidades: a sua capacidade para lidar com as consequências do exercicio dos seus direitos.
O exercicio da liberdade traz sempre consequências. Algumas resolvem-se com um pedido de desculpas (que não diminui a minha liberdade de exercicio dos meus direitos); Outras resolvem-se com o conflito (que pode provar a força dos direitos de um, mas será sempre à custa dos direitos do outro).
Há vezes em que este segundo, o conflito, é inevitável. Há outras em que só acontece por mero capricho.
Para mim, no caso das caricaturas, tudo não passa de um capricho. Um triste capricho.

Direitos e Responsabilidades Humanas

O titulo deste post foi tema (um dos muitos) de debate ontem ao almoço: Direitos Humanos e Responsabilidades Humanas.
Hoje ao folhear o Público e a ver (uma vez mais) as multiplas reacções à saga das caricaturas de Maomé, não pude deixar de voltar o meu pensamento para a discussão de ontem.
Na leitura dos jornais encontramos os defensores da liberdade de expressão, classificado como o direito humano fundamental. Do outro lado temos o direito à religião e a não se ser descriminado, enxovalhado ou associado a terroristas só porque se professa uma fé diferente e tão dada a extremismos.
É facil esgrimirmos a espada dos nossos direitos: mas no meio de tantos direitos onde fica a questão da responsabilidade humana? Onde fica o bom senso de um pedido de desculpas pela ofensa cometida? Onde fica a consciência de que os povos nórdicos e em especial os dinamarqueses são dos povos que mais tem contribuido para as ONG de desenvolvimento que tanto tem ajudado árabes e palestinianos? O mundo ficou melhor porque um jornal dinamarques no exercicio do seu direito fundamental, publicou uma caricaturas de Maomé? Ou a raiva dos ofendidos foi acalmada porque se vandalizaram embaixadas nórdicas em diversos países do médio oriente?
No meio de tudo isto: Onde fica o Bom Senso? Não sei a resposta, mas certamente não pára por aqui.

"Sopa de Peixe com leite"

Gosto de ler. Gosto quando um livro me prende. Gosto quando o mistério, as personagens, o enredo, o romance, a dúvida ou o texto me conquistam.
Compro livros por impulso. Um título. Uma capa. Uma sinopse bem escrita e já está. Não resisto e compro.
Saiem-me por isso frustradas, muitas vezes, as expectativas.
Foi isto que aconteceu com o livro que actualmente tenho em cima da mesa: O Codex 632; terceiro romance de José Rodrigues dos Santos editado pela gradiva.
A sinopse tem todos os ingredientes: Uma mensagem enigmatica; a morte de um velho historiador; aventura e esoterismo, factos reais....
O apoio de marketing ao lançamento do livro foi fantástico, uma boa capa, muitos destaques nas lojas, recomendado por várias revistas, entrevistas com o autor, constantemente no top das livrarias...
Claro está que não resisti e comprei. Vou agora a meio, e estou realmente desencantado com o livro.
Passo a resumir:
Tomás, é especialista em linguas antigas e professor na universidade em Lisboa. Casado com Constança tem uma filha com trissomia 21, a Margarida. A condição da filha arrefeceu o casamento de Tomás e Constança, que não esquecem o sentimento de culpa "o que fiz eu para ter uma filha assim...", e tem dificuldades a lidar com o desgste a que a educação da filha os obriga.
Tomás é desafiado por uma Fundação Americana de História, para dar seguimento ao trabalho de um professor de História, recentemente morto, sobre o descobrimento do Brasil. Por esse trabalho vai receber muito dinheiro ue lhe permitirà aliviar os problemas de educação da filha, mas vai também ter de engolir muitos sapos.
Conhece Lena, uma Aluna de Erasmus Sueca de seios vuluptuosos, que desde o primeiro momento que aparece se sabe que vai ser sua amante, e que no primeiro encontro - conseguido com a desculpa que precisava que ele lhe tirasse algumas dúvidas - lhe oferece um prato noruegues : Sopa de peixe com leite.
Pelo meio vai fazendo umas descobertas, todas elas banais e parte integrante dos manuais de historia do nosso sistema de educação, mas que muito surpreendem a fundação.
Faço-vos este resumo para que não percam tempo a comprar e a ler o livro. Ele não tem nada mais para oferecer: O mistério, o Drama, o romance estão lá, mas entram a pontapé. Não seguem um fio, uma ideia forte e acabam por se perder, num texto leve, mas chato que não convida a continuar.
Eu parei naquele que é talvez o momento alto do texto, diria até surpreendente tal o inesperado do dialogo: Estamos no Primeiro encontro de Lena e Tomás na casa desta. Lena serve um prato noruegues - Sopa de peixe com leite, e diz entusiasmada para Tomás: - " quando for casada e tiver filhos vou concretizar um grande sonho, fazer sopa de peixe com leite das minhas próprias mamas".
Parece que estou a ver o autor excitado a teclar estas ultimas palavras no computador: " Esta é que vai dar cabo deles"... eu, seguramente, ainda não ultrapassei a imagem mental que esta me causou.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Começar de Novo

" We all deserve a new start...".
Gosto da série.
Gosto do conceito de começar de novo: A furagida que encontra o seu lado bom, o paralitico que começa a andar, o médico que se apazigua com o passado, a criança que perdeu a mãe mas ganha um pai... todos tem direito a um novo começo. Ali, algures no pacífico, todos morreram e todos podem começar de novo. Todos podem atirar fora o seu passado e escolher uma nova identidade um novo futuro.
Não é assim na vida real. Aqui, não há fresh starts, há recomeços. Aqui encaramos o passado de frente, respondemos pelas nossas acções, e seguimos.
Sempre que caiamos,
Sempre que perdemos,
Sempre que falhamos,
ou nos deixamos ficar ou... recomeçamos.
Gosto da ideia de começar de novo, mas gosto ainda mais de recomeços: Gosto da ilusão e do sonho para lá das falhas, perdas e dores. É como o levantar em cada novo dia.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Taking Pictures









fotos por M. em viagens


Sempre gostei de fotografia. Desde pequenino o meu avô alimentou esse gosto com os muitos albuns que contam a história da familia, e que ele periodicamente actualizava com as novas fotos dos seus 3 netos.

Comecei a gostar ainda mais a sério quando o meu pai me ofereceu uma maquina: Uma Yashica totalmente manual.

Desde então fiquei preso a esta paixão, a fotografia; e fui alimentando a minha curiosidade pelo tema: descobri equipamentos, aprendi o significado e a diferença entre abertura e tempo de exposição, e continuei a aprender e a tirar fotografias até que finalmente percebi...


Gosto muito mais de tirar fotografias do que de fotografar.

Tirar fotografias é trazer um momento, uma pessoa, um local, um detalhe;
É roubar emoções, instantes, sorrisos.
É guardar em filme ou pixeis, muito mais do que luz e sombra.
Tirar fotografias é dar-mo-nos tempo para olhar.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

O Zorro, O Mexicano e o Pintor

O Carnaval está a chegar e por causa deste texto aqui, lembrei-me de um certo carnaval há muitos anos atrás.

Eramos 4. A minha irmã, os 2 filhos do meu padrasto e eu. Todos entre os 7 e os 12 anos. Ainda crianças. Iamos para o Algarve e divertiamo-nos todas as manhãs com corridas no corredor do hotel em que viamos quantos boiões de doce conseguiamos espetar nas portas dos quartos...

Mas não era sobre isso a história. O que realmente me ficou na memória foi o dia em que nos mascaramos. A minha irmã de bailarina, eles de Zorro e Mexicano, eu .... de Pintor.

Até hoje detesto o Carnaval.

Encontro

"Um Grande Vinho é sempre um Encontro.

Um Encontro entre tí, o vinho e as circunstâncias em que o bebes."

Nadir, Os Goliardos, Curso de Vinhos e de Vinhas

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Tenho um segredo...

Segredo

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...

Miguel Torga Diário VIII

sábado, fevereiro 04, 2006

Há mais lá dentro!

Jantar. Grupo grande. Travessa na mesa. Dizem os donos da casa "Há mais lá dentro". E nós ali ficamos entre a dúvida do "será que há mesmo" e a cerimónia do "estou bem assim, obrigado"

A intenção de quem usa a frase é certamente boa. É deixar os convidados à vontade, é abri a porta à alarvidade...

Comigo funciona sempre ao contrário, como quem acha que o mais que lá dentro há ainda está na sua forma de batatas por descascar e cozinhar.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Pudesse Eu

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!

Pudesse eu - Sophia de Mello Breyner


foto por M. em Bahia Onnely Argentina

Portas Entreabertas

A vida é feita de escolhas.

Sim, sei que estou a usar um lugar comum, mas acredito plenamente nessa frase: A vida é feita de escolhas... um longo corredor cheio de portas que escolhemos abrir ou fechar.

Abrindo umas, escolhemos sempre deixar outras por abrir. Seguimos em frente, esquecendo aquilo que para trás ficou.

Fazemos bem.

Mas há sempre portas que se abrem inesperadamente, e ficam ali, entreabertas.

Ontem aconteceu-me isso. E ali a deixei, entreaberta. Quem sabe um dia volto para trás.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Atrás do tempo ou um texto vazio

Hoje cheguei atrás do tempo. Não muito. Não mais que 2 minutos. Mas atrás do tempo.
Disse para mim ao começar "até às 10h30 despacho isto". Olhei de seguida para o relógio eram 10h32. E assim terminei antes sequer de começar.
Mais tarde volto. Hoje? Amanhã? Por aqui.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Hoje...

... sopram novos ventos.