sexta-feira, março 31, 2006

lengalenga

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem.
o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.

quinta-feira, março 30, 2006

Sou do Benfica ou carta a um Anónimo

... e isso me envaidece. Diz o Hino do meu Clube, e no meu caso é verdade. A minha paixão pelo SL Benfica não é racional, mas felizmente nunca me impediu de ver futebol de uma forma realista, dando mérito e respeitando o adversário. Sempre. Na Terça o Barcelona foi superior, muito superior. Quando perdemos na Luz com o Sporting, o Sporting foi superior, superior. Quando ganhamos nas Antas o Benfica foi superior, muito superior. Quando ganhamos em Liverpool fomos grandes a defender e tivemos sorte e momentos geniais, não fomos superiores.
Ir à Luz para mim é sinonimo de momentos bem passados...ir ver um Benfica - Barcelona de sinonimo de uma festa inesquecivel... não significa isso, caro anónimo, falta de respeito por ninguem, significa apenas comunhão com muitos dos que lá estão... na terça comunguei isso com 60 mil benfiquistas no estádio, a ansiedade, a vibração nas fifias do moretto, o aplauso nas bolas que o Ricardo Rocha cortou, a alegria incredula a cada falhanço do Barcelona, a esperança, sempre ela, quando nos aproximamos da área... o jogo, visto sem paixão como provavelmente o viste, foi só isso, um jogo... passou... para mim deu momentos de convivio, antes, durante e depois, que já ninguem me tira...
São esses momentos exclusivos Benfiquista, não creio... qualquer adepto de futebol os vive no seu clube, qualquer fã de cinema os vive na presença de uma actriz ou de um actor, qualquer fã de música o vive durante um festival de verão... eu vivo os meus, alguns enquanto benfiquista como por exemplo aquele que por antecipação aqui vivi na terça feira.
Espero que vivas tambem os teus.

terça-feira, março 28, 2006

Peña Benfiquista

Hoje é dia de Jogo Grande: Benfica e Barcelona disputam os 4os de final da liga dos campeões. Ontem o FC Barcelona inaugurou em Lisboa a sua primeira Peña em Portugal. Hoje na TSF fiquei a saber o significado da palavra: Peña - Grupo de amigos que se reune em festa popular ou no apoio a um clube.
Hoje reúne-se a Peña Benfiquista. Para aqueles que não entendem o fenómeno, para os que acham que um jogo, este jogo, é apenas um conjunto de homens armados em rapazes a correr atrás de uma bola, deixo aqui a antecipação do meu fim de dia, da minha reunião com a Peña Benfiquista...
Perto das 6 vou estacionar o carro junto à estrada da luz, trocar umas impressões com o arrumador: " será que joga o Ricardo Rocha?" enquanto lhe deixo na mão 50 centimos, levando comigo o desejo de Sorte... será precisa, a Sorte, porque o adversário é grande ... "de outra galáxia" comentarei mais tarde subindo a avenidade Lusiada com um qualquer companheiro de ocasião.
Nas roulottes no Alto dos Moinhos, ondee hoje não estarão os ingleses, com os seus cânticos entusiasmantes, espelho real de uma verdadeira paixão futebolistica... junto às roulottes, dizia, procurarei caras conhecidas, para partilhar entre o cheiro da gordura das bifanas, 2 ou 3 imperiais, e memórias de outros jogos, jogadas e jogadores e um inevitavel tema de conversa "como vamos parar a frente de ataque do Barcelona?" ... remataremos com uma ultima imperial, e a certeza de que " isto já ninguem nos tira!", enquanto seguimos pelo viaduto a caminho da primeira barreira de segurança, primeiro contacto com o calor humano, empurra atrás, empurra à frente, até ao steward.
Já no recinto do estádio, à sua volta, correrei a caminho da porta, cartão junto ao torniquete, 3 lanços de escadas subidas a cantar " ninguem pára o Benfica" até que o Estádio, ainda a encher se abre diante dos meus olhos, ansiedade já nos limites à espera do inicio do jogo, equipas no aquecimento, "quem joga", "olha os toques do Ronaldinho"...
Finalmente no meu lugar vou esperar o vôo da àguia, sempre imponente, vou cantar com o Luis Piçarra à entrada dos 11s, vou trocar larachas e silêncios que isto tá quase a começar. Hão-de chegar entretanto, o velho e o filho do lado, calados durante todos os jogos, os Putos de trás vibrando como eu com o inicio do jogo, o Bigodes da frente a prepara a lista de nomes a chamar ao árbitro e aos jogoadores do Benfica, que isto de ser benfiquista tambem tem muito de autocritica, de negativismo, e é preciso estar preparado para tudo...
E o jogo vai começar, emoções lá em cima, todo um estádio a cantar "SLB, SLB..." , " Glorioso SLB", a assobiar a primeira dúvida do Arbitro, a aplaudir o primeiro remate, ainda que longe da nossa equipa, a tremer e assobiar de cada vez que a bola tiver nos pés de um destes 3: Deco, ronaldinho, E'too... a aplaudir de novo qaundo os nossos a conseguirem tirar, a esperar, a gritar de alegria, de aflição, d tudo...
Os 90 min vão acabar, com um resultado (indiferente para tudo o que se viveu até aqui)... a eliminatoria vai continuar noutro dia, noutro lugar, mas este jogo não acabou, repete-se nas conversas, sms, emails, piadas que se vão trocar nos proximos dias... muito mais que um jogo, um grupo de amigos, um grupo imenso unido em festa popular no apoio a uma Equipa... o Glorioso SLB

Simplex

Não votei PS nas ultimas legislativas. Não acreditava nas suas capacidades para governar. Tenho sido, por isso, e ao longo deste ano e tal, positivamente surpreendido pelas medidas e pela capacidade de desafio deste governo.
Ontem foi o Simplex. Gosto do nome. Parece um produto de limpeza para acabar com a burucracia. 333 medidas que não fiquei a conhecer em pormenor, mas que são um claro sinal de limpeza de inefeciência da administração Pública: Adeus às certidões, às duplicações de dados pelos diferentes serviços, ao diário da república em papel, e à desnecessária regulamentação.
Do cidadão, da sua necessária responsabilidade vai depender o sucesso de algumas desta iniciativas. Mas o governo e o estado cumprem aqui o seu papel de facilitador da inicitiva privada. Gostei

segunda-feira, março 27, 2006

Sliding Doors

(re)Vi o filme ontem. O Tiago fala dele hoje.
Gostei do tema: Instantes Decisivos ou Destino? Somos as nossas escolhas ou os passos que demos até aqui? Um misto de nós e das nossas circustâncias ou fado escrito nas linhas da mão?
Gosto do fado e do destino, as minhas mãos estão cheias de estrelas, que, segundo quem as leu, significam que estou protegido e cheio de sorte.
Gosto também de acreditar no poder do instante: em vidas paralelas marcadas por momentos decisivos, a bola que bate na rede e cai para um lado ou outro.
Sei que a minha vida seria diferente tivesse eu tomado outras decisões no passado, mas será que diferentes caminhos me trariam a um mesmo lugar? Será que todos os caminhos vão mesmo dar a uma mesma Roma, a um mesmo final como no filme?

sábado, março 25, 2006

Silêncio(s)

Gosto do Silêncio. Da sua forma violenta de nos falar.
De quando, surpreendidos, o ouvimos. Como naquele dia, o último do ano, no alto da serra, o sol, a neve, o silêncio.
De quando nos comove. De quando nos prende a um olhar (o teu olhar).
Da calma e da serenidade de uma igreja mal iluminada (sobretudo San Geminiano, no alto do monte, em Florença, depois de uma corrida debaixo de chuva).
De olhar o mar, a serra, e o cabo da Roca. Ouvindo o vento e os seus (meus) silêncios.
Preciso deste equilibrio, deste ponto de fuga, deste lugar de reencontros.
Preciso do Silêncio para me ouvir.

quinta-feira, março 23, 2006

Ir à Pesca

Acabo de chegar de um cliente. Isto dito assim não soa lá muito bem... repetindo: Acabo de chegar de uma reunião com um cliente (devia dizer mais uma, a terceira de hoje). Chego de bolso vazio, a proposta ainda não foi aceite, tá quase dizem... Pelo meio, antes, uma outra reunião para acabar com um projecto com um cliente... muita luta e regresso de bolsos vazios e vontade espremida... sinto-me como o Santiago, a personagem do livro de Hemighway - "O Velho e o Mar". Reza assim a sinopse:
"Depois de passar quase três meses sem fisgar um peixe, escarnecido pelos colegas de profissão, o velho Santiago enfrenta o alto-mar, sozinho, em seu pequeno barco. Quer provar aos outros e a si mesmo que ainda é um bom pescador. É em completa solidão que ele travará uma luta de três dias com um peixe imenso. (...)
À medida que o combate se desenvolve, o leitor vai embarcando no monólogo interior de Santiago, em suas dúvidas, sua angústia, sentindo os músculos retesados, a boca salgada e com gosto de carne crua, as mãos úmidas de sangue. Por fim o peixe se dobra à força do pescador. Mas a vitória não será completa - surgem os tubarões... "
Vale a pena ler.

quarta-feira, março 22, 2006

Inquietação

Ando Inquieto.
Não consigo parar e focar os pensamentos.
Enche-me uma ânsia de atingir não sei o q.
Sinto-me Desgastado.
Cansado de nada
farto de tudo.
Descontente comigo e com o que faço.
Ando Inquieto.
Lá fora a vida continua...

terça-feira, março 21, 2006

Pele e Blog

Ainda a proposito do Dia Mundial da Poesia:

Um Poema...

David Mourão Ferreira - Pele

Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser pele da minha pele

...E um blog de poesia.

Poetas e Trovadores.

"Carta a Meus Filhos"

No dia Mundial da Poesia, fiquem com a "Carta a meus filhos" de Jorge de Sena:
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente â secular justiça,
para que os liquidasse "com suma piedade e sem efusão de sangue."
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento, ~
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de urna classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadela de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de té-1a.
É isto o que mais importa - essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém
está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga
não hão-de ser em vão. Confesso que
multas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam "amanhã".
E. por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.

À Direita da Esquerda onde?

Nestes trintal e tal anos nunca me consegui identificar com uma côr politica, ou com um posicionamento na escala da Esquerda e da Direita...
Sempre acreditei na iniciativa privada, na justiça social, e na igualdade de oportunidades. Admiro tanto o espirito empreendedor que leva a criar o banco Grameen como admiro o espirito empreendedor de Belmiro Azevedo e da sua Sonae. Admiro o sistema social dos países do norte da Europa que garantem assistência em casa a todos os recem nascidos, e oferecem anos sabáticos no inicio da vida adulta.
Vem tudo isto a proposito das reformas propostas pela administração dos CTT e da reacção dos sindicatos: As propostas incluem no contracto a mobilidade dos trabalhadores, o acabar das promoções automaticas, e a revisao do plano de saude. A reacção fala dos direitos adquiridos que parecem mas não são privilegios, da demissão da administração e da arbitrariedade das chefias...
Ao ouvir argumentos de parte a parte esta manhã na TSF concluo que definitivamente não sou de esquerda: Não me revejo nos discursos dos sindicatos, na cassete dos direitos adquiridos mesmo que a custa do bem comum... onde encaixam então os meus valores? à direita da esquerda é certo, mas onde... na filosofia que cada um de nós tem um papel de cidadania fundamental... que cada um de nós se deve sentir responsavel pelo resultado do seu trabalho e não reclamar direitos quando os meus unicos deveres são esperar que o relogio marque as 18h para fechar a loja... que cada um deve ser um empreededor no seu posto de trabalho.

segunda-feira, março 20, 2006

Reset

Aqui estou. De volta. 15 dias depois. 15 Dias em que corri para entregar a carta a Garcia que no meu caso e o mesmo que dizer a proposta ao cliente. Ao contrário do heroi da historia, corri cheio de perguntas: Se vale a pena? Para k? Porquê? e se? Cheguei ao fim da missão desgastado e sem sentido do dever cumprido... com uma sensação de já chega, o jogo assim já não vai dar nada, Cheguei ao fim na ansia pelo Game Over... com a sensação de quem quer carregar no botão de reset para re-começar, de outra forma, noutro lugar, noutro sentido... Alguem faz o favor de carregar no botão?

quinta-feira, março 09, 2006

Estrada da Luz

O Benfica ganhou. 3-0 no total da eliminatória. E logo ao Campeão Europeu.

Sexta feira saberemos quem é o próximo. Em breve estarei a parar o carro na Estrada da Luz, e a subir,camisola e cachecol do Benfica vestidos, a av.lusiada a caminho do estádio na ilusão de mais uma grande noite europeia.

Mais uma noite a caminho da luz, mais uma noite a caminho do sonho.

quarta-feira, março 08, 2006

A Inveja...

é uma coisa muito feia, mas não posso deixar de a sentir ao ver este post.

segunda-feira, março 06, 2006

"Maria, fez-se ao Caminho"

A frase é da Bíblia.
Mas mais do que o seu sentido religioso, gosto nela, do seu sentido de missão.
Fazer-se ao caminho implica ir, partir, arrancar; Implica não ter medo, não olhar para trás, não hesitar... ir apenas, sem perguntar "e se...?"
Nas proximas semanas tenho que ter esta atitude - Fazer-me ao caminho. O que está para trás, para trás está. Hoje faço-me ao caminho.

sexta-feira, março 03, 2006

Regresso

sem tempo nem tema para postar.
como eles dizem... há-de chegar.

quarta-feira, março 01, 2006

Teoria da relatividade @ MZ

Terminou a semana de trabalho aqui em Moçambique. Parto amanhã de manhã.

Porque tudo é relativo parto cheio de saudades de regressar, acima de todas as outras saudades as saudades de estar contigo, de partilhar os momentos desta semana.

Porque tudo é relativo parto cheio de saudades de não ficar.

Aqui a vida seduz. O calor, a comida, o convivio, as praias, mas mais que tudo uma forma de vida que assenta no verbo Haver.

Mais que uma expressão idiomática, mais que uma
conjugação perifrástica, o auxilio do verbo Haver dá a todas as acções uma relatividade no tempo, elas nunca o são no presente, são sempre acções num horizonte infinito.

O "Hei-de fazer" é uma intenção, uma promessa que será sempre cumprida, não hoje, não amanhã, mas algures no tempo.

O "Há-de chegar" é uma esperança que não se impacienta. Se não fôr hoje é amanhã. Se o amanhã faltar será depois. É uma esperança que acredita que se cumprirá sendo o tempo uma variável relativa.

Este "hei-de" cheio de intenção, esperança e paciência; Este "Hei-de" perdido no infinito do tempo, mostra-nos um caminho; -A vida é demasiado curta para ser vivida a correr.
Gosto disto por aqui. Amanhã parto. Hei-de voltar.