quarta-feira, março 01, 2006

Teoria da relatividade @ MZ

Terminou a semana de trabalho aqui em Moçambique. Parto amanhã de manhã.

Porque tudo é relativo parto cheio de saudades de regressar, acima de todas as outras saudades as saudades de estar contigo, de partilhar os momentos desta semana.

Porque tudo é relativo parto cheio de saudades de não ficar.

Aqui a vida seduz. O calor, a comida, o convivio, as praias, mas mais que tudo uma forma de vida que assenta no verbo Haver.

Mais que uma expressão idiomática, mais que uma
conjugação perifrástica, o auxilio do verbo Haver dá a todas as acções uma relatividade no tempo, elas nunca o são no presente, são sempre acções num horizonte infinito.

O "Hei-de fazer" é uma intenção, uma promessa que será sempre cumprida, não hoje, não amanhã, mas algures no tempo.

O "Há-de chegar" é uma esperança que não se impacienta. Se não fôr hoje é amanhã. Se o amanhã faltar será depois. É uma esperança que acredita que se cumprirá sendo o tempo uma variável relativa.

Este "hei-de" cheio de intenção, esperança e paciência; Este "Hei-de" perdido no infinito do tempo, mostra-nos um caminho; -A vida é demasiado curta para ser vivida a correr.
Gosto disto por aqui. Amanhã parto. Hei-de voltar.

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