É estranho o caso da criança de Torres Vedras. É estranha a noção de justiça que prende por 6 anos o Pai que 5 anos depois de ter adoptado a criança se indignou e se recusou a cumprir a ordem que o obrigava a entregar a filha ao progenitor.
A história é simples: A mãe biológica de uma criança, 3 meses após o nascimento desta entregou-a a um casal assinando um papel em que confirmava a entrega para adopção da filha a uns novos pais. Estes país criaram a criança como sua até hoje. O progenitor, que antes e após o nascimento da filha não a reconheceu, veio anos mais tarde reclamar o seu direito à filha. Ganhou esse direito em tribunal agora que a filha tem 5 anos, e a ordem judicial chegou: Retire-se a filha aos únicos pais que ela conheceu até hoje!
Eles fizeram o que qualquer pai faria: Recusaram. Ela fugiu com a criança. Ele foi preso por sequestro.
Como ontem dizia um entrevistado na Sic noticias: O Exercicio da Paternidade é muito mais do que a procriação.
Ou como entre amigos pais recentes sempre brinquei: Pai é quem cria.
quarta-feira, janeiro 17, 2007
Justiça?!
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2 comentários:
Estranho? Eu cá, no que à justiça diz respeito, já não acho nada estranho...
Não é só a si que a nossa justiça envergonha.
Como eu, muitos Portugueses pensam que o mal maior que temos em Portugal é uma justiça lenta, "injusta" e autista, uns juízes incapazes de pensar por si e sem experiencia da vida, umas sentenças incompreensiveis para o senso-comum, uns sindicatos de juízes (só por si, um facto revelador) mais interessados em defender inacreditáveis mordomias (como aquela dos subsidios de renda que se outorgam e que não têm paralelo na sociedade) e vencimentos, do que em reformar e melhorar a justiça em Portugal.
Este é um caso exemplar e pode ser que sirva de alguma coisa - acusar aquele Pai de sequestro é só por si um abuso, ignorante, maldoso e deformado. E considerar agravante o ele ser militar, só mostra que certos principios (honra, integridade, espirito de sacrificio, dádiva da própria vida, etc), que não sendo unicos dos militares são contudo apanágio dessa classe, passa ao lado da compreensão dos juízes portugueses.
Condená-lo a 6 anos e a uma indemnização inacreditável a um tipo que depois de uma cambalhota nunca mais quis saber da rapariga e da filha, é execrável (lembra-se de uma fulana que raptou um bébé de um hospital? Essa apanhou 3 anos! É que, coitadinha, o tribunal decidiu que ela na altura estava muito traumatizada...).
Mas a minha esperança é que desta vez os Portugueses se revoltem, façam abaixo-assinados, criem fundos para apoio àquele Pai, exijam a intervenção do Parlamento, do Presidente, do Supremo, digam basta!
Eu por mim estou disponível, inclusivé para apoiar financeiramente, dentro das minhas posses. É que acho que as pessoas bem formadas (como me considero) desta vez não devem calar-se.
Não basta haver leis (e todos sabemos as multiplas interpretações, não é por isso que existem advogados?), é necessário é que da sua aplicação resulte Justiça!
PElo que vi ontem nas noticias, esta revolta já começou. Faça-se justiça
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