terça-feira, janeiro 31, 2006

Embriaga-te

"Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia, ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são: "São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso.
Com vinho, com Poesia. ou com a virtude".

in Poesia mais-que-perfeita, Charles Baudelaire

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Lições do Oriente

"- Too many Mind!"
"- Too many mind?!?"
" - Yes, too many mind. Mind the sword, mind the movement, mind the enemy, mind the people seeing... too many mind... No mind!

O Último Samurai, RTP1 ontem à noite.

A lição que tirei: Preocupamo-nos em demasia. Pensamos de mais: Vou fazer isto assim, porque eles assado e depois aquilo, se ela coiso e etc... Quando ocupamos a mente com demasiadas coisas, com diferentes hipóteses, com muitas respostas e contrapropostas, perdemos a concentração e a capacidade de reacção.

Too many mind, no mind.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Apesar do Inverno

... relembrei-me deste poema de Miguel Torga, e fui à luta.

Sísifo
(Coimbra, 27 de Dezembro de 1977)

Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças

Invernia

Hoje trago o inverno comigo...
O vento frio que sopra lá fora congelou a minha ambição.

Não me apetece fazer nada
E esse nada fazer constipa-me o ego.

Espirro cá para fora a raiva de estar assim,
como quem chove.

Amanhã o sol há-de brilhar

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Encontros

Hoje à hora do Almoço. Dois homens, provavelmente colegas de trabalho, almoçam juntos. Chega um terceiro. Aproxima-se. Segue-se um surpreendido: óooohohhooohohohoh repetido durante mais de 30 segundos por dois dos intervenientes.
Foi hoje ao almoço, entre pessoas que não conheço... mas já me vi assim, surpreendido por alguém que há muito tempo não vejo, e lá repito eu esta cena: Um óooohohhooohohohoh ou um iihhhhhhhhh!!! repetido a dois
Gosto desta expressão. Nela cabe um sem fim de palavras. É muito mais que uma interjeição de surpresa... é...
- Olha quem é que está aqui?
- Tás bom Pá?
- Há quanto tempo?
-Tás mais gordo!
- Tás mais magro!
- Como vai a Familia!
- Ainda estás com a...
- Gosto de te ver...
- Epá há quanto tempo
- É verdade pá..
.... e por aí fora.
São palavras que provavelmente nunca diremos mas que resumimos assim: em apenas 2 letras.
Impressionante esta capacidade de sintese

Video killed the Radio?

Gosto de rádio. Gosto de ouvir... gosto dos sons... prendem-me
Hoje de manhã, no carro, a TSF apresentava as estreias de cinema... "coisa estranha esta de sugerir um filme através dos sons" - pensei. Rapidamente, o meu ouvido ficou preso na voz do actor que dizia " Allow me to be frank (...) you will not like me!"... o tom de independência, de rebeldia, de poder... que me fez querer ver o filme sem ter visto uma única imagem... eis o poder do som.
No mundo dominado pelo meios visuais, onde o "ver para crer" (e para querer ) impera: O som da rádio desde sempre me prende e faz a minha imaginação voar.
Acho que é sobretudo a voz.
A voz a deixar-me a pensar na pessoas que está para lá das ondas: A voz de Fernando Alves de manhã mostrando os seus "sinais", o entusiamo de Jorge perestrelo a gritar " Portugal, Portugal, Portugal...." depois da vitória sobre Inglaterra; a minha desilusão a primeira vez que vi a Ana Lamy, para lá da voz, na televisão; a cara por detrás do Pedro Ribeiro que ouvia todas as "manhãs da Comercial"...
Acho que é também o som.. o som do que não posso ver:
Os sons do mundo, nas ondas da rádio, todas as manhãs. Os sons do medo, da alegria, do passado, da violência, da infância, do progresso, da esperança... todos estes sons, no meu rádio, quando vou e volto do emprego, quando lá fora só vejo o trânsito.
Para mim a Rádio é um must. Todos os dias.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Sobre isto de ter um blog

(a próposito do que se escreve aqui sobre o começo deste aqui)
Como eles e outros, Eu tenho um Blog. É a minha 3ª tentativa e pela primeira vez estou a conseguir manter a regularidade dos textos.
Ontem recebi um mail.... bom era mais um pedido. Um pedido de atenção: Frontal e Directo como a pessoa que o escrevia. Anunciava um blog e pedia para ser lido.
Quem escreve um blogue, ainda que de forma secreta, quer ser lido. Anseia o comentário inesperado, de alguém... anónimo ou conhecido. Entusiasma-se com os números (7 visitas na última hora...). Vibra quando aparece referido em qualquer outro lado.
Quem escreve um blogue quer encontrar novas formas de ser descoberto. Por aqueles que já o conhecem, por quem só agora aqui chegou.
Nas minhas primeiras tentativas ninguem me leu, ninguêm me descobriu. Desisiti. Acho que desta vou continuar...

terça-feira, janeiro 24, 2006

Provérbios (1)

"Estamos sempre a meio caminho"
Provérbio Árabe
Foto por Marta: Glaciar Perito Moreno Argentina
Ouvi este provérbio ontem, num curso de vinhos, copos e etc que estou a fazer nos Goliardos, um sitio a não perder ali na R da Mãe D´àgua , 9 em Lisboa: Pelo ambiente de convivio, pelos vinhos, pelo espirito goliardo
Mas voltando ao provérbio: Diz-nos ele que estamos sempre a meio caminho, sabemos sempre mais do que julgamos, mas temos sempre outro tanto a aprender...
Quer nos sintamos pequeninos, falhados, incapazes; Quer cheios de basófia nos sintamos os maiores; Estamos sempre a meio caminho...
É por isso aqui que eu estou: A meio caminho do que já vivi; A meio caminho do que ei de viver. O que para trás deixei deu-me lições e armas que serão muito úteis para os próximos passos, mas só o que viver no futuro, só o que ainda irei aprender, me permitirá ultrapassar dores e saborear sucessos...
Por isso brindo ao caminho: Ao que já fiz e ao que ei de fazer. Á vossa.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Dia Deprimente

Não não falo do resultado das eleições presidenciais... a conclusão não é sequer minha (e essa não era necessariamente a minha conclusão do resultado eleitorial).
Falo de uma noticia que li esta manhã:
"Investigador britânico conclui que hoje é o dia mais deprimente do ano"
in Jornal Público.
Segundo este cientista, especialista em saúde mental, e o seu cálculo científico de 6 factores, este dia tem tudo para ser o mais deprimente do ano:
1. O frio do inverno;
2. A chegada das facturas para pagar;
3. O Natal já passou há um mês
4. As resoluções de ano novo já estão na maior parte frustadas
5. Falta de expectativas de melhorias nas próximas semanas
6. É segunda feira
Ao ler não pude deixar de ficar contente. Daqui para a frente os dias serão certamente melhores
E este para dia mais deprimente do ano não está a ser assim tão mau.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Se Calhar... Sonhos de 125 milhões

Se hoje calhar os 125 milhões ganhar
Vou dar dinheiro a quem?
Vou patrociniar a investigação na área do Cancro, da Sida, da Malária?
Vou comprar uma ilha no pacifico?
Vou dar a volta ao mundo?
Vou dedicar-me às causas humanitárias em Africa?
Vou ver o meu nome no Estádio da Luz?
Vou-me candidatar a Presidente da República?
Vou comprar o Setúbal e torna-lo um grande clube mundial?
Vou ser accionista de um grande banco?
Vou viver dos rendimentos?

Se eu gosto do que hoje sou e hoje tenho... o que mudar, se calhar ganhar?

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Antes isto

Porque a vida assim como ela é, é bonita
Porque tantas vezes me esqueço disso e queria mais
Porque às vezes me esqueço das coisas simples
Porque sempre que o leio, o releio e inevitavelmente sorrio
Porque é um dos mais belos poemas escritos em português
Aqui vos deixo um excerto do Guardador de Rebanhos

XVIII
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

Alberto Caeiro

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Recordações de Viagem: Lembranças do Fim do Mundo

Foto por M. Canal Beagle Argentina Maio 2005

Em Maio, na viagem à Argentina, fomos ao Fim do Mundo - Ushuaia -54º48'18''a sul do equador, a cidade mais austral do mundo.

Daqui , na estação quente (é uma força de expressão) partem os barcos para a Antartida.

A cidade está cercada pelo fim da cordilheira dos Andes e pelo estreito de Beaggle, um pequeno canal que liga o atlântico ao pacífico e que se situa a sul do estreito de magalhães.

A cidade é também a porta para o Parque Nacional da Terra do Fogo, assim chamada por Fernão de Magalhães ao tempo da sua passagem.

Para onde quer que olhemos a sensação é de isolamento total (estamos mesmo no Fim do Mundo). Sentados ao fim da tarde na soleira das Cabanãs del Beaggle sobra tempo para contemplar, para respirar o ar frio e puro, para partilhar mate e deixarmo-nos ficar.

Ao longe sopra o vento: Sempre forte

Na lembrança ficou-me o farol: O meu farol no fim do mundo.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Tem Ideias?

Desde a semana passada que as minhas viagens de e para a empresa são atormentadas por um muppi (um daqueles anúncios nos abrigos de autocarro). Pergunta-me esse muppi se tenho ideias...
TEM IDEIAS? assim em letras garrafais, em tom de desafio... como quem me pergunta se ainda penso ou se já desisti? Deixa-me sempre a pensar.... a pensar que sim que tenho ideias, muitas por sinal... tenho ideia que isto está mal em termos de economia, mas faltam-me ideias para resolver o problema... tenho ideias sobre qual o melhor 11 titular do Benfica, mas enquanto continuarmos a ganhar, a minha ideia e a do Ronald Koeman são iguais... tenho ideias sobre o papel que um cidadão de trinta e tal anos deve ter na sociedade, mas confesso que nem sempre as ponho em practica... tenho ideias para surpreender a minha mulher ou os meus amigos, mas depois às vezes esqueço-me delas... estou sempre a ter ideias... e depois?
Depois eles assinam "ideias no Papel" assim ... sem mais nada. E eu fico a pensar: Qual será a ideia deles?

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Sobre o Cansaço (ainda)

O post anterior deu que falar em casa e no blogue do Tiago.

Que é isso do fim das ilusões? Que é isso do cansaço? foram algumas das perguntas que me deixaram...

O Cansaço soou-lhes a desistência, a entrega de camisola. O fim das ilusões falou de tristeza e infelicidade quando não era nada disso que eu me referia.

Aos 30 e tal anos eu sinto-me no caminho certo: Nem sempre escolhi o menos percorrido, nem sempre escolhi... às vezes fui empurrado outras limitei-me a seguir, mas hoje sinto-me no caminho certo.

Mas neste caminho já perdi as ilusões, já conheço (muitos dos meus) limites, já ganhei, mas tb já perdi, e por isso

(...)
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles

(...)

Porque eu quero coisas que sei que nunca vou ter ou fazer; Porque já desisti de alguns sonhos e de outros caminhos, porque o real é finito e se limita ao possivel... e isto, por vezes ... em alguns dias... Cansa.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Cansaço

Aos 30 e tal anos este poema de Alvaro de Campos toca forte.

Toca forte porque em muitos dias me sinto assim: Cansado. Cansado de nada em especial, cansado de tudo um pouco, simplesmente cansado.

Acho que tem a ver com o fim das ilusões.

Aos 30 e tal anos inevitavelmente já perdemos alguém. Aos 30 e tal anos já deixamos alguns (senão todos) sonhos para trás. Aos 30 e tal anos já escolhemos muitos dos nossos caminhos, já vivemos a subtileza das sensações inuteis, já nos entregamos às paixões violentas por coisa nenhuma... aos 30 e tal anos já sentimos o cansaço da estrada percorrida.

Não tem, no entanto, nada disto a ver com tristeza ou frustração... Acredito e sinto-me no caminho da felicidade... isto, este cansaço, é apenas lastro, o lastro que o nosso coração traz agarrado e que aos 3o e tal anos já se faz notar.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Recordações de Viagens: Tango, Mate e Chupa Chups

Buenos Aires,
Domingo de Maio.
Sol. Tudo na Rua.
Os Jardins perto da Recoleta estão cheios de gente.
Os mesmos que na noite anterior encontramos nas milongas de Tango, num qualquer salão de que não guardo o nome.
As taças de mate na mão, as conversas que se partilham sentados no longo relvado
Feira cheia entre quadros, fotos e bugigangas.
Ao longe um chupa chups partilhado a dois

(Foto por M. em Buenos Aires Maio 2005)


Quase

Ontem um amigo escreveu-me um mail onde dizia que eu Quase tinha ganho e que isso por si só era já uma meia vitória.

Respondi-lhe que sim. Que era verdade. Que ficava contente. O Quase tinha já sido muito bom

Encontrei-me depois com um outro email, que em tempos recebi, que fazia o elogio do Quase, o elogio de quem tenta e de quem ousa por oposição aos que apenas sonham e nada fazem.

E dei por mim a pensar neles... nos Quase da minha vida... Quase Boa pessoa, Quase bom profissional, quase isto, quase aquilo... aos 30 e tal preciso de ser...o quase já não chega... para não acabar como Mário de Sá Carneiro.

Quase
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma, O grande sonho - ó dor! - quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou...

Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Integrity

Sabem qual a palavra mais procurada nos dicionários online pelos americanos? "integrity"
A definição poderia dizer:
Comportamento raro e em desuso. Impossivel de encontrar em cargos politicos ou públicos. Inexistente nos Media. Pouco habitual na vida profissional. E em clara queda na vida social.
Na verdade diz:
Pronunciation: in-'te-gr&-tE
Function: nounEtymology: Middle English integrite, from Middle French & Latin; Middle French integrité, from Latin integritat-, integritas, from integr-, integer entire
1 : firm adherence to a code of especially moral or artistic values : INCORRUPTIBILITY
2 : an unimpaired condition : SOUNDNESS
3 : the quality or state of being complete or undivided : COMPLETENESS
synonym see HONESTY
Na verdade está tão em desuso que até já a temos que procurar nos dicionários.
Por curiosidade ficam aqui as restantes 9 palavras mais procuradas:

terça-feira, janeiro 10, 2006

Acordar assim...

Fé - Miguel Torga

Venha o sol que vier, é uma promessa
O que a manhã nos traz na sua alvura.
É outra vez a vida que começa
Aberta de inocência e de frescura.


Cipreste frio, a noite! Cor impura.
Triste alegria a tinta negra impressa.
Venha o sol que vier, tem mais altura
O sonho que se veja e que se meça.


Claro como a verdade – diz o povo.
Doce como um começo, o fruto novo
Onde reluz o laivo que o pintou.


Venha o sol que vier, é um outro dia
No límpido país da fantasia
Que a nossa escuridão iluminou.


Foto por M. na Peninsula Valdez

segunda-feira, janeiro 09, 2006

E entretanto no Egipto...

Recurso a insecticidas é o método preferido das egipicias para aniquilarem os maridos (in Público). No segundo semestre de 2005 foram 91 os casos.

Aqui está a emancipação das mulheres numas sociedade árabe.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Horas Perdidas

Estou em Jet Lag... Ainda.

A viajar para Oeste o nosso dia ganha horas e rapidamente nos habituamos a isso, bastam uma boa noite de sono e estamos novos.

A viajar para Leste o nosso dia perde horas e o corpo desgasta-se à procura das horas perdidas. Já vou na 3 noite e ainda não as encontrei.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Ideias para um novo ano

"planear é aquilo que fazemos enquanto a vida acontece" - Hoje fui atingido por esta frase. Bateu-me forte!
Perco demasiado tempo a planear, este ano tem que ser de acção, de agir sem medo, sem moderação... este ano tem que ser um ano de coragem, de energia, de garra, de entrega a tudo o que abracei nos últimos anos... sem olhar para trás, sem pensar no que se segue, a viver o presente... o ano de erguer a espada nas palavras de Fernando Pessoa...


Todo começo é involuntário.
Deus é o agente,
O herói a si assiste, vário
E inconsciente.

À espada em tuas mãos achada
Teu olhar desce.
"Que farei eu com esta espada?"

Ergueste-a, e fez-se.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

"fuggedaboutit"

Aqui estou. Regressado de Nova Iorque onde, em conjunto com Milhões (e muitos milhões... havia filas para tudo), festejei a entrada no novo ano.

Adorei a cidade. É vibrante, dá-me vontade de cantar nas ruas, de me sentar a ler um livro em central park, de patinar em bryant park por detrás da biblioteca central, de me centar nas montras dos cafés a ver as pessoas passar, de passear nas ruas na village ou no soho, de ir ao teatro, aos clubes de jazz e música... a cidade não pára nunca e transmite-nos essa energia.
Nova Iorque é Nova Iorque, uma cidade à parte... a mistura de Italianos, judeus, chineses, polacos, árabes, indianos, etc... trouxe á cidade uma cultura, uma linguagem (e como é dificl de apanhar o calão deles), uma forma de estar e de viver que não se encontram noutro lado porque resulta exactamente dessa mistura.
E para além de tudo isto aqui reconhecemos os locais, as pessoas e as situações que inspiraram tantos filmes e séries: O Seinfield o verdadeiro espirito Nova Yorquino, Os friends, as mulheres de sex and the city, os casais do Mad about you, os taxistas, os sopranos, as sirenes que passam e nos lembram o CSI ou a "balada de hill street"... Ás vezes sentimo-nos dentro desses episódios, a almoçar num deli, a discutir com o taxista, Day Dreaming no parque, às compras no Soho...
Como disse adorei a cidade... gostava de lá viver uns tempos mas para já o show continua por cá... o melhor é "fuggedabouit".