quinta-feira, julho 20, 2006

Quando vier a Primavera

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.


Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.


Alberto Caeiro
 

quarta-feira, maio 24, 2006

A Música do Acaso

A Música como refúgio.
Ele tocava indiferente aos carros que não paravam. Tocava cego para todos os que ignorava.
Tirava sons do acordeão, buscando sonhos de outros dias, outros momentos, outras vidas.
Era a música, o seu mundo, a sua fuga da realidade.
Naquele pequeno passeio, entre duas vias de trânsito intenso, indiferente... ignorando os carros que o ignoravam ele tocava
Aquela Música do Acaso iluminou o meu fim de tarde.

sexta-feira, maio 19, 2006

Morangos com Açucar Vs Chernobyl

Aconteceu ontem no café.
Tenho, nos últimos dias tomado ali o pequeno almoço enquanto leio o Público e escuto as conversas dos grupos de alunos da Escola Secundária em Frente.
Passava os olhos pelas diversas noticias do Jornal e parei para ler uma cujo titulo dizia " Alergias com sintomas inconstantes..." - Falava do impacto de um episódio dos morangos com Açucar, ondes vários personagens são afectados por uma misteriosa reacção a um virus e correm perigo de vida... dizia eu, falava o impacto que este episódio teve em diversas escolas em que muitos alunos se queixavam de comichões, e de como estes alunos literarlmente inundaram diversos centros de saúde do país... tudo por sugestão... ao fim de poucas horas de espera voltaram calmamente para casa onde puderam ver novo episódio da sua série favorita...
Enquanto lia esta noticia, ouvi um pouca da conversa entre 3 alunas e 1 aluno que se encontravam na mesa ao lada... entre a ida à praia planeada para essa tarde, e o novo corte de cabelo, chegaram sem eu saber como a Chernobyl... interessante, pensei... e continuei a ouvir:
"E isso aconteceu quando?" perguntou uma delas.... "Há muito tempo..." respondeu uma.... "sim durante a guerra." ... "Não sabias o que foi Chernobyl?" perguntou ele, respondendo ela de pronto... "Claro que sim, sabia que tinha sido durante a guerra, não sabia bem quando..."
E fiquei eu a pensar: Guerra?!?!? Qual Guerra? estariam a falar da guerra fria? uhmmm dúvido... é melhor ir ver os Morangos com Açucar.

quinta-feira, maio 11, 2006

Vlad, o Empalador

Ando preso ao livro que relata a procura da verdade sobre Vlad, o empalador - Governador da Valaquia, e a pessoa que deu origem à lenda do Drácula (ou filho do Dragão).

Ando preso, é como quem diz que não consigo largar o livro de Elizabeth Kostova - "O Historiador" - romance que fala da busca por um Historiador e uma antropologa da verdadeira historia de Drakulya.

São quase 600 páginas, onde a História corre a 3 tempos, narrada pela filha do Historiador, pelas cartas do mesmo, e ainda pelas passadas investigações do professor Rossi, correndo 3 gerações, presas a um mistério: O Desaparecimento de todos os que tentam perceber a verdade sobre o descendente da ordem do Dragão.

Vale a pena ler!

terça-feira, maio 09, 2006

Hoje em www.publico.pt... este poema de Pablo Neruda... sem palavras...

Poema 20

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Escribir, por ejemplo: «La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos».

El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.

La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.

Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Pensar que no la tengo.
Sentir que la he perdido.

Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.

De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

Pablo Neruda (1904 - 1973)in "Veinte poemas de amor y una canción desesperada" (1924)

sexta-feira, maio 05, 2006

O Imprevisto

No Brasil, o tipo do transfer aeroporto-pousada questionado sobre se era seguro andar de carro alugado à noite, etc etc, dizia com sotaque brasileiro: " O imprevisto, ninguém prevê!".
Hoje às 17h achei que o meu dia de trabalho tinha acabado em paz: Total Control!!!.... de repente a frase do brasileiro tornou-se uma infeliz realidade, ou em uma qualquer versão da lei de murphy: Quando entre várias coisas que podem correr mal, apenas uma corre mal, será de certeza a pior delas.

quarta-feira, maio 03, 2006

Clap Clap Clap

Acabei de regressar do Brasil, mais especificamente de Arraial d'Ajuda onde gozei uns descansados e repousantes dias de férias.
Ao aterrar em Lisboa, o avião (ou quase todo) rompe numa salva de palmas, agradecendo ao Piloto a viagem e a aterragem em segurança.
Acho que em nenhum outro oficio, que não no meio académico e artistico, se dedicam salvas de palmas a quem executa simplesmenste aquela que é a sua profissão.
Seria interessante no final da viagem da carreira do Eléctrico 28, ou do cacilheiro que diariamente faz a travesia do tejo, os passageiros dedicarem os seus aplausos ao condutor.
Seria curioso, que uma rua inteira se levantasse em plena noite a aplaudir a equipa dos serviços de limpeza da CML que recolhem esmeradamente o nosso lixo.
Seria reconfortante se todos nós recebessemos aplausos pelo simples cumprimento do nosso dever profissional. Seria estimulante se o recebemos sempre que fazemos um esforço extra... mas não, eles estão exclusivamente dedicados a académicos, artistas e... pilotos.
Um bem haja a todos os que não recebem os merecidos aplausos diários.

quarta-feira, abril 19, 2006

Permaneces

Alguns dias antes da Páscoa fiz uma viagem ao passado: O jantar anual do grupo de empresas onde a Marta hoje trabalha e eu a conheci, onde eu já trabalhei (+ de 7 anos), onde trabalham muitos amigos meus, de onde sou fornecedor e onde o meu Pai trabalhou durante muitos e longos anos (+ de 30 ).
Para lá da estranheza de regressar a locais familiares na pele de um estranho, a noite marcou-me pela emoção de uma pequena historia.
(Mas primeiro abro aqui um parentesis para vos falar do meu Pai.)
Começo pelo Fim: Ele morreu no dia 30 de Agosto de 2003, depois de um ano e poucos meses a lutar contra um tumor escondido algures no seu corpo. Durante esta luta continou sempre a trabalhar, até meter férias no inicio do mês de Agosto. Já não voltou à empresa onde trabalhara muitos anos e onde nos ultimos 10 era director de uma unidade fabril. No seu funeral foram muitas as pessoas da empresa que se vieram despedir, desde empregadas das linhas de produção, a colegas de direcção, numa "enchente" que nos surpreendeu e comoveu e me deixou a pensar que "quando morrer é assim que quero que seja..."
Em casa, antes e depois da doença, o meu Pai falava pouco ou nada sobre o trabalho. Sabiamos que para ele era importante, muito importante, mas pouco mais ... soubemos depois que tb Ele era importante para todos os que com ele trabalhava, ele sabia exigir, motivar, ajudar, e por isso tudo, a presença deles, ali, no seu último Adeus, e nas muias homenagens que então lhe fizeram...
(e fecho agora o parentesis)
Na festa da empresa 2 antigos colegas do meu Pai quiseram falar comigo, tinham um pedido disseram: A Fábrica ia inaugurar um campo de futebol, queriam dar-lhe um nome, e o nome escolhido por todos na Fábrica tinha sido o do meu Pai... (...) foi esta a minha reacção, silêncio, depois de quase 3 anos Ele permanecia como uma referência e uma boa lembrança para eles... agradeci e chorei para dentro
Chorei Pai, porque nem sempre soube reconhecer-te. Chorei porque nem sempre trago comigo o teu exemplo. Chorei porque não te tenho aqui, para te ouvir, seguir ou rejeitar, mas saber que estás aqui. Chorei porque ouvi nos outros a falta que tu me fazes.

Maionaisse

Ontem no Trio de Ataque, programa na RTPn sobre futebol, dizia o António Pedro Vasconcelos sobre Benfica e Sporting e a eventual falta de motivação dos seus jogadores:

" As equipas de futebol são como a maionaisse às vezes por mais que uma pessoas bata, ela deslassa e depois já não se consegue fazer nada"

Plano B

Descobri agora e graças ao BES que ainda não tenho um plano B para a minha vida. Tenho que ter???

terça-feira, abril 18, 2006

You can never hold back Spring

A frase dá titulo à Música e à Voz de Tom Wait. Banda sonora para o Sonho de Roberto Benigni em " o Tigre e a Neve". Um poema em Filme.

A Acção passa-se entre Roma e Bagdad no inicio da guerra. Para lá dos momentos de pura gargalhada fica a mensagem: a Vida vale a pena.

E a letra de uma fabulosa Música

You can never hold back Spring
you can be sure that i will never stop believing
The blushing rose will climb
Spring ahead or fall behind
Winter dreams the same dream
Every time
you can never hold back springs
even thought you've lost your way
the world keeps dreaming of spring
So close your eyes
Open your heart
To one who's dreaming of you
You can never hold back spring
Baby
Remember everything that spring can bring
You can never hold back spring

segunda-feira, abril 17, 2006

Parar para Viajar

Há quem diga que é loucura. Para outros foi preciso muita coragem. Eu fico-me algures entre a inveja e o orgulho. A inveja por não ter deles a coragem e a loucura. O Orgulho por os ver, amigos ,partir para uma viajem de 8 meses por esse mundo fora...
A aventura vai ter registo num Blog: pararparaviajar
Daqui a vou seguir. Boa viagem Filipa e Johnnie... keep walking.

Reabro hoje

Estive fechado para reflexão. Não me apetecia escrever. Colocar na blogosesfera sentimentos e opiniões. Reabro hoje. Vamos ver como anda o negócio.

quinta-feira, abril 06, 2006

Anónimo Feliz ou a Ausência de Ousadia

Hoje sei de um anónimo feliz: O Barcelona eliminou ontem à noite o Benfica e o seu sonho realizou-se.
Já o meu chegou ao fim.
Teve o final esperado - a eliminação, mas também o sabor doce da euforia, espalhada por várias semanas, iniciadas em setembro, mas especialmente vividas desde 7 de Dezembro quando eliminamos o Man United na Luz.
Ontem, no campo, não fomos o David que bateu o Golias. Faltou-nos a ousadia para pegar na funda e jogar a pedra. Olhamos para o outro lado, para um Barcelona que aprendemos a admirar, e fizemos a vénia, incapazes de justificar a sorte por mais 90 minutos.
A sorte, de tão apegada a nós, ainda insistiu em aparecer, e Moretto - imponente - defendeu aos 4 minutos o penalty de Ronaldinho, dando mais brilho a um sonho bonito.
Mas nós não a queriamos- à sorte. Ela que se fosse, não era para nós, que fosse ter com os outros, os audazes. E aos 19 minutos, depois de muito pontapé sem nxo, expulsamo-la com uma perda de bola inaceitavel.
E ela disse-nos adeus. Sentada, na mitica bancada de Camp Nou, ainda a tiveram de segurar para não saltar para dentro do campo no lance perdido por Simão. Foi preciso insistir que não, que nós não a queriamos. Nós não a mereciamos.
Nem a ela, nem à vitória. Seria renegar os deuses do futebol, encarnados na forma de ronaldinho, eto'o e companhia.
Terminado o sonho, o dia é de recomeço. Para lá dos 5 jogos que faltam na liga, vem aí uma nova época, precedida de um mundial e da penã Portugal. Continuarei a vibrar com o Futebol sempre: A subir a av lusiada a caminho da luz, ou em qualquer outra rua, até ao café onde vou ver Portugal... sempre a caminho das minhas penã: Benfica, Portugal, Benfica.

quarta-feira, abril 05, 2006

Arrepio Matinal

Hoje, esta manhã, pouco depois de ligar o carro, a caminho da empresa... aqui, na TSF....
Sinais de Fernando Alves

Lobo Antunes

Ainda não consegui ler nenhum dos seus livros. Guardo-os à distância como algo que respeito e para a qual não estou ainda preparado.
Acho que este respeito vem de o ouvir. Sempre que oiço uma das suas entrevistas fico preso, na voz e nas palavras.
Ontem foi na 2 - no programa por outro lado. Guardei algumas das suas palavras:
A resposta à pergunta o que quer para os seus livros: " que cada página seja um espelho..."
Sobre o sucesso: " o sucesso não é importante... importante é a glória... e eu quero dar trabalho aos criticos para 500 anos"
Hoje já na TSF sobre o Barcelona e o seu Benfica, " O futebol perdeu-se com o predominio dos técnicos, dantes era um solitário debaixo dos paus e 10 eufóricos lá na freste..." e ainda hoje na TSF e registado aqui no kuhluvuka: " o Benfica é o meu país..."

terça-feira, abril 04, 2006

Barómetro

Este blog é o meu barómetro. Aqui mostro se estou decidido, contente, chateado, frustrado. Aqui vou deixando todas as minhas emoções.
Em quase todos os meus post registo o que gosto ou o que não gosto
Está encontrado um papel para estes textos. São apenas isto um barometro. Para mim. Para mais tarde recordar.

A Europa do Futebol

Em conversa com ele, hoje no regresso do café.
o tema inevitavelmente era o jogo de amanhã. Dizia ele na sequência de uma conversa sobre a eventual postura defensiva do Benfica: " isso era muito mau, ficavamos mal vistos pela Europa do Futebol".
Por Quem?

Publicidade

Há um anúncio que me intriga.

Conversa de miúdas. Diz uma:-"a Xana Comprou umas purpurinas". Pergunta a outra:" Purpurinas!!!! já contaste à Bé?"

E eu fico-me sempre a perguntar: Que raio são umas purpurinas?

segunda-feira, abril 03, 2006

Perfil de Risco Português

O Barometro DN/TSF Marketest anuncia:
A noticia continua dramatizando a nossa tendência para o consumo, para o endividamento das familias, e para o perfil de poupanças (certificados de aforro, planos poupança reforma, e depositos a prazo)...
Este fim de semana na aula de finanças na pós graduação que estou a fazer um exemplo espelhou esta realidade:
Estudavamos formas de financiamento e avaliavamos duas hipóteses de subsidio: Uma primeira de 60 mil euros a fundo perdido; uma segunda de 300 mil euros de emprestimo com 0% de juro, 2 anos de carência e 3 prestações de 1/3 do valor nos 3 anos seguintes.
comentário imediato de uma colega de turma: Para que é que é preciso comparar se uma me dá 60.000 euros que vão ser meus, que eu não tenho que pagar...
Findo o exercicio, o Valor actual dos 300.000 euros era de 74.000 euros: continua a colega - " não percebi, a outra não dave 60.000 sem pagar... então é melhor, é sempre melhor"
Para ela, como para a generalidade dos portugueses, o certo, o sem risco, o garantido é sempre melhor... No consumo como na poupança preferimos o que é seguro: O Frigirifico hoje que só começo a pagar daqui a 6 meses, os 300 contos a 1% num deposito a prazo que pelo menos os 300 estão garantidos..No poupança como na vida não arriscamos: Preferimos a segurança de um emprego, que a aventura de um empreedimento; a certeza de um certificado de aforro à rendibilidade de uma acção...
e depois alegremente cantamos "queremos mais, queremos mais"...





sexta-feira, março 31, 2006

lengalenga

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem.
o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.

quinta-feira, março 30, 2006

Sou do Benfica ou carta a um Anónimo

... e isso me envaidece. Diz o Hino do meu Clube, e no meu caso é verdade. A minha paixão pelo SL Benfica não é racional, mas felizmente nunca me impediu de ver futebol de uma forma realista, dando mérito e respeitando o adversário. Sempre. Na Terça o Barcelona foi superior, muito superior. Quando perdemos na Luz com o Sporting, o Sporting foi superior, superior. Quando ganhamos nas Antas o Benfica foi superior, muito superior. Quando ganhamos em Liverpool fomos grandes a defender e tivemos sorte e momentos geniais, não fomos superiores.
Ir à Luz para mim é sinonimo de momentos bem passados...ir ver um Benfica - Barcelona de sinonimo de uma festa inesquecivel... não significa isso, caro anónimo, falta de respeito por ninguem, significa apenas comunhão com muitos dos que lá estão... na terça comunguei isso com 60 mil benfiquistas no estádio, a ansiedade, a vibração nas fifias do moretto, o aplauso nas bolas que o Ricardo Rocha cortou, a alegria incredula a cada falhanço do Barcelona, a esperança, sempre ela, quando nos aproximamos da área... o jogo, visto sem paixão como provavelmente o viste, foi só isso, um jogo... passou... para mim deu momentos de convivio, antes, durante e depois, que já ninguem me tira...
São esses momentos exclusivos Benfiquista, não creio... qualquer adepto de futebol os vive no seu clube, qualquer fã de cinema os vive na presença de uma actriz ou de um actor, qualquer fã de música o vive durante um festival de verão... eu vivo os meus, alguns enquanto benfiquista como por exemplo aquele que por antecipação aqui vivi na terça feira.
Espero que vivas tambem os teus.

terça-feira, março 28, 2006

Peña Benfiquista

Hoje é dia de Jogo Grande: Benfica e Barcelona disputam os 4os de final da liga dos campeões. Ontem o FC Barcelona inaugurou em Lisboa a sua primeira Peña em Portugal. Hoje na TSF fiquei a saber o significado da palavra: Peña - Grupo de amigos que se reune em festa popular ou no apoio a um clube.
Hoje reúne-se a Peña Benfiquista. Para aqueles que não entendem o fenómeno, para os que acham que um jogo, este jogo, é apenas um conjunto de homens armados em rapazes a correr atrás de uma bola, deixo aqui a antecipação do meu fim de dia, da minha reunião com a Peña Benfiquista...
Perto das 6 vou estacionar o carro junto à estrada da luz, trocar umas impressões com o arrumador: " será que joga o Ricardo Rocha?" enquanto lhe deixo na mão 50 centimos, levando comigo o desejo de Sorte... será precisa, a Sorte, porque o adversário é grande ... "de outra galáxia" comentarei mais tarde subindo a avenidade Lusiada com um qualquer companheiro de ocasião.
Nas roulottes no Alto dos Moinhos, ondee hoje não estarão os ingleses, com os seus cânticos entusiasmantes, espelho real de uma verdadeira paixão futebolistica... junto às roulottes, dizia, procurarei caras conhecidas, para partilhar entre o cheiro da gordura das bifanas, 2 ou 3 imperiais, e memórias de outros jogos, jogadas e jogadores e um inevitavel tema de conversa "como vamos parar a frente de ataque do Barcelona?" ... remataremos com uma ultima imperial, e a certeza de que " isto já ninguem nos tira!", enquanto seguimos pelo viaduto a caminho da primeira barreira de segurança, primeiro contacto com o calor humano, empurra atrás, empurra à frente, até ao steward.
Já no recinto do estádio, à sua volta, correrei a caminho da porta, cartão junto ao torniquete, 3 lanços de escadas subidas a cantar " ninguem pára o Benfica" até que o Estádio, ainda a encher se abre diante dos meus olhos, ansiedade já nos limites à espera do inicio do jogo, equipas no aquecimento, "quem joga", "olha os toques do Ronaldinho"...
Finalmente no meu lugar vou esperar o vôo da àguia, sempre imponente, vou cantar com o Luis Piçarra à entrada dos 11s, vou trocar larachas e silêncios que isto tá quase a começar. Hão-de chegar entretanto, o velho e o filho do lado, calados durante todos os jogos, os Putos de trás vibrando como eu com o inicio do jogo, o Bigodes da frente a prepara a lista de nomes a chamar ao árbitro e aos jogoadores do Benfica, que isto de ser benfiquista tambem tem muito de autocritica, de negativismo, e é preciso estar preparado para tudo...
E o jogo vai começar, emoções lá em cima, todo um estádio a cantar "SLB, SLB..." , " Glorioso SLB", a assobiar a primeira dúvida do Arbitro, a aplaudir o primeiro remate, ainda que longe da nossa equipa, a tremer e assobiar de cada vez que a bola tiver nos pés de um destes 3: Deco, ronaldinho, E'too... a aplaudir de novo qaundo os nossos a conseguirem tirar, a esperar, a gritar de alegria, de aflição, d tudo...
Os 90 min vão acabar, com um resultado (indiferente para tudo o que se viveu até aqui)... a eliminatoria vai continuar noutro dia, noutro lugar, mas este jogo não acabou, repete-se nas conversas, sms, emails, piadas que se vão trocar nos proximos dias... muito mais que um jogo, um grupo de amigos, um grupo imenso unido em festa popular no apoio a uma Equipa... o Glorioso SLB

Simplex

Não votei PS nas ultimas legislativas. Não acreditava nas suas capacidades para governar. Tenho sido, por isso, e ao longo deste ano e tal, positivamente surpreendido pelas medidas e pela capacidade de desafio deste governo.
Ontem foi o Simplex. Gosto do nome. Parece um produto de limpeza para acabar com a burucracia. 333 medidas que não fiquei a conhecer em pormenor, mas que são um claro sinal de limpeza de inefeciência da administração Pública: Adeus às certidões, às duplicações de dados pelos diferentes serviços, ao diário da república em papel, e à desnecessária regulamentação.
Do cidadão, da sua necessária responsabilidade vai depender o sucesso de algumas desta iniciativas. Mas o governo e o estado cumprem aqui o seu papel de facilitador da inicitiva privada. Gostei

segunda-feira, março 27, 2006

Sliding Doors

(re)Vi o filme ontem. O Tiago fala dele hoje.
Gostei do tema: Instantes Decisivos ou Destino? Somos as nossas escolhas ou os passos que demos até aqui? Um misto de nós e das nossas circustâncias ou fado escrito nas linhas da mão?
Gosto do fado e do destino, as minhas mãos estão cheias de estrelas, que, segundo quem as leu, significam que estou protegido e cheio de sorte.
Gosto também de acreditar no poder do instante: em vidas paralelas marcadas por momentos decisivos, a bola que bate na rede e cai para um lado ou outro.
Sei que a minha vida seria diferente tivesse eu tomado outras decisões no passado, mas será que diferentes caminhos me trariam a um mesmo lugar? Será que todos os caminhos vão mesmo dar a uma mesma Roma, a um mesmo final como no filme?

sábado, março 25, 2006

Silêncio(s)

Gosto do Silêncio. Da sua forma violenta de nos falar.
De quando, surpreendidos, o ouvimos. Como naquele dia, o último do ano, no alto da serra, o sol, a neve, o silêncio.
De quando nos comove. De quando nos prende a um olhar (o teu olhar).
Da calma e da serenidade de uma igreja mal iluminada (sobretudo San Geminiano, no alto do monte, em Florença, depois de uma corrida debaixo de chuva).
De olhar o mar, a serra, e o cabo da Roca. Ouvindo o vento e os seus (meus) silêncios.
Preciso deste equilibrio, deste ponto de fuga, deste lugar de reencontros.
Preciso do Silêncio para me ouvir.

quinta-feira, março 23, 2006

Ir à Pesca

Acabo de chegar de um cliente. Isto dito assim não soa lá muito bem... repetindo: Acabo de chegar de uma reunião com um cliente (devia dizer mais uma, a terceira de hoje). Chego de bolso vazio, a proposta ainda não foi aceite, tá quase dizem... Pelo meio, antes, uma outra reunião para acabar com um projecto com um cliente... muita luta e regresso de bolsos vazios e vontade espremida... sinto-me como o Santiago, a personagem do livro de Hemighway - "O Velho e o Mar". Reza assim a sinopse:
"Depois de passar quase três meses sem fisgar um peixe, escarnecido pelos colegas de profissão, o velho Santiago enfrenta o alto-mar, sozinho, em seu pequeno barco. Quer provar aos outros e a si mesmo que ainda é um bom pescador. É em completa solidão que ele travará uma luta de três dias com um peixe imenso. (...)
À medida que o combate se desenvolve, o leitor vai embarcando no monólogo interior de Santiago, em suas dúvidas, sua angústia, sentindo os músculos retesados, a boca salgada e com gosto de carne crua, as mãos úmidas de sangue. Por fim o peixe se dobra à força do pescador. Mas a vitória não será completa - surgem os tubarões... "
Vale a pena ler.

quarta-feira, março 22, 2006

Inquietação

Ando Inquieto.
Não consigo parar e focar os pensamentos.
Enche-me uma ânsia de atingir não sei o q.
Sinto-me Desgastado.
Cansado de nada
farto de tudo.
Descontente comigo e com o que faço.
Ando Inquieto.
Lá fora a vida continua...

terça-feira, março 21, 2006

Pele e Blog

Ainda a proposito do Dia Mundial da Poesia:

Um Poema...

David Mourão Ferreira - Pele

Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser pele da minha pele

...E um blog de poesia.

Poetas e Trovadores.

"Carta a Meus Filhos"

No dia Mundial da Poesia, fiquem com a "Carta a meus filhos" de Jorge de Sena:
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente â secular justiça,
para que os liquidasse "com suma piedade e sem efusão de sangue."
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento, ~
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de urna classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadela de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de té-1a.
É isto o que mais importa - essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém
está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga
não hão-de ser em vão. Confesso que
multas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam "amanhã".
E. por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.

À Direita da Esquerda onde?

Nestes trintal e tal anos nunca me consegui identificar com uma côr politica, ou com um posicionamento na escala da Esquerda e da Direita...
Sempre acreditei na iniciativa privada, na justiça social, e na igualdade de oportunidades. Admiro tanto o espirito empreendedor que leva a criar o banco Grameen como admiro o espirito empreendedor de Belmiro Azevedo e da sua Sonae. Admiro o sistema social dos países do norte da Europa que garantem assistência em casa a todos os recem nascidos, e oferecem anos sabáticos no inicio da vida adulta.
Vem tudo isto a proposito das reformas propostas pela administração dos CTT e da reacção dos sindicatos: As propostas incluem no contracto a mobilidade dos trabalhadores, o acabar das promoções automaticas, e a revisao do plano de saude. A reacção fala dos direitos adquiridos que parecem mas não são privilegios, da demissão da administração e da arbitrariedade das chefias...
Ao ouvir argumentos de parte a parte esta manhã na TSF concluo que definitivamente não sou de esquerda: Não me revejo nos discursos dos sindicatos, na cassete dos direitos adquiridos mesmo que a custa do bem comum... onde encaixam então os meus valores? à direita da esquerda é certo, mas onde... na filosofia que cada um de nós tem um papel de cidadania fundamental... que cada um de nós se deve sentir responsavel pelo resultado do seu trabalho e não reclamar direitos quando os meus unicos deveres são esperar que o relogio marque as 18h para fechar a loja... que cada um deve ser um empreededor no seu posto de trabalho.

segunda-feira, março 20, 2006

Reset

Aqui estou. De volta. 15 dias depois. 15 Dias em que corri para entregar a carta a Garcia que no meu caso e o mesmo que dizer a proposta ao cliente. Ao contrário do heroi da historia, corri cheio de perguntas: Se vale a pena? Para k? Porquê? e se? Cheguei ao fim da missão desgastado e sem sentido do dever cumprido... com uma sensação de já chega, o jogo assim já não vai dar nada, Cheguei ao fim na ansia pelo Game Over... com a sensação de quem quer carregar no botão de reset para re-começar, de outra forma, noutro lugar, noutro sentido... Alguem faz o favor de carregar no botão?

quinta-feira, março 09, 2006

Estrada da Luz

O Benfica ganhou. 3-0 no total da eliminatória. E logo ao Campeão Europeu.

Sexta feira saberemos quem é o próximo. Em breve estarei a parar o carro na Estrada da Luz, e a subir,camisola e cachecol do Benfica vestidos, a av.lusiada a caminho do estádio na ilusão de mais uma grande noite europeia.

Mais uma noite a caminho da luz, mais uma noite a caminho do sonho.

quarta-feira, março 08, 2006

A Inveja...

é uma coisa muito feia, mas não posso deixar de a sentir ao ver este post.

segunda-feira, março 06, 2006

"Maria, fez-se ao Caminho"

A frase é da Bíblia.
Mas mais do que o seu sentido religioso, gosto nela, do seu sentido de missão.
Fazer-se ao caminho implica ir, partir, arrancar; Implica não ter medo, não olhar para trás, não hesitar... ir apenas, sem perguntar "e se...?"
Nas proximas semanas tenho que ter esta atitude - Fazer-me ao caminho. O que está para trás, para trás está. Hoje faço-me ao caminho.

sexta-feira, março 03, 2006

Regresso

sem tempo nem tema para postar.
como eles dizem... há-de chegar.

quarta-feira, março 01, 2006

Teoria da relatividade @ MZ

Terminou a semana de trabalho aqui em Moçambique. Parto amanhã de manhã.

Porque tudo é relativo parto cheio de saudades de regressar, acima de todas as outras saudades as saudades de estar contigo, de partilhar os momentos desta semana.

Porque tudo é relativo parto cheio de saudades de não ficar.

Aqui a vida seduz. O calor, a comida, o convivio, as praias, mas mais que tudo uma forma de vida que assenta no verbo Haver.

Mais que uma expressão idiomática, mais que uma
conjugação perifrástica, o auxilio do verbo Haver dá a todas as acções uma relatividade no tempo, elas nunca o são no presente, são sempre acções num horizonte infinito.

O "Hei-de fazer" é uma intenção, uma promessa que será sempre cumprida, não hoje, não amanhã, mas algures no tempo.

O "Há-de chegar" é uma esperança que não se impacienta. Se não fôr hoje é amanhã. Se o amanhã faltar será depois. É uma esperança que acredita que se cumprirá sendo o tempo uma variável relativa.

Este "hei-de" cheio de intenção, esperança e paciência; Este "Hei-de" perdido no infinito do tempo, mostra-nos um caminho; -A vida é demasiado curta para ser vivida a correr.
Gosto disto por aqui. Amanhã parto. Hei-de voltar.

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Personal DNA

No final da reunião de terça feira na MCEL deu-me para fazer um teste de ADN de personalidade.

Deu nisto:


personalDNA

Benevolent Builder

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Distâncias

Aterrei esta manhã em Maputo. Entre a partida e a chegada um sismo de 7,5 na escala de ritcher no território moçambicano. Por aqui, para quem passou pelo susto, subsiste o medo das Réplicas e os sorrisos ao contar a aventura. Daí, de Portugal, chegam mensagens e telefonemas de receio, um "está tudo bem?" perguntado a medo, um medo que a distância ajuda a crescer.

Sobre a Liberdade (Ainda)

Domingo passado na Sic Noticias.

Entrevista de Mª João Avilez a José Tolentino Mendonça, Padre e Poeta.

A meio da noticia, o inevitavel tema das caricaturas e do conflito entre culturas e religiões... algures na Resposta retive esta questão lançada por Tolentino Mendonça:

"No ocidente devemo-nos perguntar:-o que faço eu com a minha Liberdade? , para que é que ela me serve?"

terça-feira, fevereiro 21, 2006

3/4 de Século

Os meus avós paternos começaram a namorar à 75 anos. Já não sabiam a data, lembravam-se do Ano 1931 e da ocasião: O baile de carnaval. Descobrimos nós (com a ajuda da internet) que foi no dia 17 de fevereiro.

Ela, a minha avó, lembra-se que estava vestida de minhota. Não se lembram os dois do que é que ele ia vestido.
Começaram a namorar. "Não era bem namorar, era coisa de criança" assegura a minha avó, que diz ainda "eu era um ano mais velha e tinha que lhe pôr juizo".
Casaram mais de 10 anos depois
Hoje estão juntos. 75 anos passados e por isso nos juntamos todos. Não para comemorar a história do "viveram felizes para sempre". Foi antes para celebrar as suas escolhas, aquelas que nos trouxeram a todos até aqui.
Obrigado Avós.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Perfil

O meu perfil é como uma fotografia.
É um retrato de um momento, de uma situação.
Como tudo na vida muda, evolui, altera-se...
porque eu mudo, porque mudam as circunstâncias.
Mudanças há que são meras evoluções. Outras, que sendo evoluções são uma revolução porque mudam muita coisa. Há ainda as rupturas, os momentos em que deixamos o passado para trás e olhamos só o futuro.
O meu perfil vai mudar. Para já a mudança ainda não se nota. Talvez se veja no olhar, ou nas conversas e nos textos que aqui escrevo, talvez dê para desconfiar e já a possam antecipar, mas para já não a vou revelar... a mudança há de chegar... vem devagar, sem pressas, mas está a chegar.

Porque tudo Muda...

em breve vou mudar de perfil.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Luck.

"The man who said 'I'd rather be lucky than good’ saw deeply into life. ~

People are afraid to face how great a part of life is dependent on luck. It's scary to think so much is out of one's control. There are moments in a match when the ball hits the top of the net and for a split second it can either go forward or fall back. With a little luck, it goes forward and you win…or maybe it doesn’t, and you lose.”

Match Point. Woody Allen

Segundo o Realizador, um filme sobre a Sorte e o papel que desempenha nas nossas vidas.
Um filme que faz pensar, sobre a vida de cada um, e a sorte que temos ou não. Na minha avaliação acho que não me posso queixar. Quem me lê as mãos diz que estão cheias de estrelas, um sinal de sorte. A que noto todos os dias na minha vida.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Beber a Vida

"Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos."

Florbela Espanca

Perspectivas

No filme "O Clube dos Poetas Mortos" os alunos do professor John Keating são convidados a durante a aula, subir a uma cadeira. O convite é um desafio. Um desafio a verem o seu mundo (de colégio interno e regras estrictas) de uma outra forma, de uma outra perspectiva.
Vem isto a propósito da aula de vinhos e vinhas ontem nos Goliardos. Dizia-nos a Silvia:-"provar um vinho é também como no filme, é olhar para ele de diferentes perspectivas, prova-lo depois de aberto e mais tarde quando ele já respirou, prova-lo só ou a acompanhar algo de comer, prova-lo de dia ou de noite, a esta ou aquela temperatura... cada perspectiva vai dizer-nos algo diferente sobre aquele vinho.
Deviamos tentar fazer assim também com as pessoas e com a vida: Olhar para elas de diferentes perspectivas, conhecer os seus diferentes angûlos, entender assim as suas diferentes reacções. Sairiamos certamente a ganhar.
Carpe Diem

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Alive

A capacidade humana de resistir perante a adversidade é algo que mexe comigo. Comove-me.

Há, dentro das muitas histórias de sobreviventes a acidentes, uma história que me marca mais que as outras. A história dos sobreviventes do avião uruguaio que se despenhou nos Andes em Outubro de 1972.

A história é curta: Um avião levanta do chile com destino a montevideu no Uruguay e despenha-se na cordilheira dos Andes, com cerca de 45 pessoas a bordo, a maior parte estudantes e jogadores de rugby da equipa old chirstans. 15 pessoas morrem no acidente e na noite seguinte. Os outros iniciam a luta pela sobrevivência. Fome, sede, frio abiaxo dos 30º, avalanches e finalmente a certeza de que já nãos os procuravam são os ingredientes dessa luta. 2 meses depois do acidente, quando já só restam 16 dos passageiros, 2 decidem tentar encontrar uma passagem para os vales chilenos. Passados 12 dias conseguem. Os 16 sobrevivem. Passaram 72 dias em condições inhumanas, mas sobreviveram.

Um documentário sobre o acidente deu na sexta feira passada no People & Arts. Retive 2 ideias das entrevistas com os sobreviventes.

" Nem sempre podes escolher como morrer. Ali tinhamos essa escolha: Ou escolhiamos morrer esperando, ou escolhiamos morrer andando. Eu escolhi andar, já não me movia nenhuma esperança, mas escolhi morrer a andar: Se tiver que morrer vai ser a andar." Quem diz esta frase foi um dos 2 que decidiu partir em busca de salvamento. Diz a frase depois de vários dias a andar, e ao chegar ao pico da montanha onde esperava ver os verdes vales do Chile. O que viu eram mais e mais picos. Podia ter desistido. Escolheu andar.
A outra frase que retive foi de um dos sobreviventes a falar do seu regresso à casa que o julgava morto: "Estava tudo na mesma. Só mudou a minha fotografia em cima da lareira. Tudo o resto estava igual. A vida das pessoas tinha continuado. Na mesma..."

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Direitos e Responsabilidade Humanas (2)

Ainda sobre este tema.
Se os direitos do Homem são fundamentais, também fundamentais são as suas responsabilidades: a sua capacidade para lidar com as consequências do exercicio dos seus direitos.
O exercicio da liberdade traz sempre consequências. Algumas resolvem-se com um pedido de desculpas (que não diminui a minha liberdade de exercicio dos meus direitos); Outras resolvem-se com o conflito (que pode provar a força dos direitos de um, mas será sempre à custa dos direitos do outro).
Há vezes em que este segundo, o conflito, é inevitável. Há outras em que só acontece por mero capricho.
Para mim, no caso das caricaturas, tudo não passa de um capricho. Um triste capricho.

Direitos e Responsabilidades Humanas

O titulo deste post foi tema (um dos muitos) de debate ontem ao almoço: Direitos Humanos e Responsabilidades Humanas.
Hoje ao folhear o Público e a ver (uma vez mais) as multiplas reacções à saga das caricaturas de Maomé, não pude deixar de voltar o meu pensamento para a discussão de ontem.
Na leitura dos jornais encontramos os defensores da liberdade de expressão, classificado como o direito humano fundamental. Do outro lado temos o direito à religião e a não se ser descriminado, enxovalhado ou associado a terroristas só porque se professa uma fé diferente e tão dada a extremismos.
É facil esgrimirmos a espada dos nossos direitos: mas no meio de tantos direitos onde fica a questão da responsabilidade humana? Onde fica o bom senso de um pedido de desculpas pela ofensa cometida? Onde fica a consciência de que os povos nórdicos e em especial os dinamarqueses são dos povos que mais tem contribuido para as ONG de desenvolvimento que tanto tem ajudado árabes e palestinianos? O mundo ficou melhor porque um jornal dinamarques no exercicio do seu direito fundamental, publicou uma caricaturas de Maomé? Ou a raiva dos ofendidos foi acalmada porque se vandalizaram embaixadas nórdicas em diversos países do médio oriente?
No meio de tudo isto: Onde fica o Bom Senso? Não sei a resposta, mas certamente não pára por aqui.

"Sopa de Peixe com leite"

Gosto de ler. Gosto quando um livro me prende. Gosto quando o mistério, as personagens, o enredo, o romance, a dúvida ou o texto me conquistam.
Compro livros por impulso. Um título. Uma capa. Uma sinopse bem escrita e já está. Não resisto e compro.
Saiem-me por isso frustradas, muitas vezes, as expectativas.
Foi isto que aconteceu com o livro que actualmente tenho em cima da mesa: O Codex 632; terceiro romance de José Rodrigues dos Santos editado pela gradiva.
A sinopse tem todos os ingredientes: Uma mensagem enigmatica; a morte de um velho historiador; aventura e esoterismo, factos reais....
O apoio de marketing ao lançamento do livro foi fantástico, uma boa capa, muitos destaques nas lojas, recomendado por várias revistas, entrevistas com o autor, constantemente no top das livrarias...
Claro está que não resisti e comprei. Vou agora a meio, e estou realmente desencantado com o livro.
Passo a resumir:
Tomás, é especialista em linguas antigas e professor na universidade em Lisboa. Casado com Constança tem uma filha com trissomia 21, a Margarida. A condição da filha arrefeceu o casamento de Tomás e Constança, que não esquecem o sentimento de culpa "o que fiz eu para ter uma filha assim...", e tem dificuldades a lidar com o desgste a que a educação da filha os obriga.
Tomás é desafiado por uma Fundação Americana de História, para dar seguimento ao trabalho de um professor de História, recentemente morto, sobre o descobrimento do Brasil. Por esse trabalho vai receber muito dinheiro ue lhe permitirà aliviar os problemas de educação da filha, mas vai também ter de engolir muitos sapos.
Conhece Lena, uma Aluna de Erasmus Sueca de seios vuluptuosos, que desde o primeiro momento que aparece se sabe que vai ser sua amante, e que no primeiro encontro - conseguido com a desculpa que precisava que ele lhe tirasse algumas dúvidas - lhe oferece um prato noruegues : Sopa de peixe com leite.
Pelo meio vai fazendo umas descobertas, todas elas banais e parte integrante dos manuais de historia do nosso sistema de educação, mas que muito surpreendem a fundação.
Faço-vos este resumo para que não percam tempo a comprar e a ler o livro. Ele não tem nada mais para oferecer: O mistério, o Drama, o romance estão lá, mas entram a pontapé. Não seguem um fio, uma ideia forte e acabam por se perder, num texto leve, mas chato que não convida a continuar.
Eu parei naquele que é talvez o momento alto do texto, diria até surpreendente tal o inesperado do dialogo: Estamos no Primeiro encontro de Lena e Tomás na casa desta. Lena serve um prato noruegues - Sopa de peixe com leite, e diz entusiasmada para Tomás: - " quando for casada e tiver filhos vou concretizar um grande sonho, fazer sopa de peixe com leite das minhas próprias mamas".
Parece que estou a ver o autor excitado a teclar estas ultimas palavras no computador: " Esta é que vai dar cabo deles"... eu, seguramente, ainda não ultrapassei a imagem mental que esta me causou.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Começar de Novo

" We all deserve a new start...".
Gosto da série.
Gosto do conceito de começar de novo: A furagida que encontra o seu lado bom, o paralitico que começa a andar, o médico que se apazigua com o passado, a criança que perdeu a mãe mas ganha um pai... todos tem direito a um novo começo. Ali, algures no pacífico, todos morreram e todos podem começar de novo. Todos podem atirar fora o seu passado e escolher uma nova identidade um novo futuro.
Não é assim na vida real. Aqui, não há fresh starts, há recomeços. Aqui encaramos o passado de frente, respondemos pelas nossas acções, e seguimos.
Sempre que caiamos,
Sempre que perdemos,
Sempre que falhamos,
ou nos deixamos ficar ou... recomeçamos.
Gosto da ideia de começar de novo, mas gosto ainda mais de recomeços: Gosto da ilusão e do sonho para lá das falhas, perdas e dores. É como o levantar em cada novo dia.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Taking Pictures









fotos por M. em viagens


Sempre gostei de fotografia. Desde pequenino o meu avô alimentou esse gosto com os muitos albuns que contam a história da familia, e que ele periodicamente actualizava com as novas fotos dos seus 3 netos.

Comecei a gostar ainda mais a sério quando o meu pai me ofereceu uma maquina: Uma Yashica totalmente manual.

Desde então fiquei preso a esta paixão, a fotografia; e fui alimentando a minha curiosidade pelo tema: descobri equipamentos, aprendi o significado e a diferença entre abertura e tempo de exposição, e continuei a aprender e a tirar fotografias até que finalmente percebi...


Gosto muito mais de tirar fotografias do que de fotografar.

Tirar fotografias é trazer um momento, uma pessoa, um local, um detalhe;
É roubar emoções, instantes, sorrisos.
É guardar em filme ou pixeis, muito mais do que luz e sombra.
Tirar fotografias é dar-mo-nos tempo para olhar.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

O Zorro, O Mexicano e o Pintor

O Carnaval está a chegar e por causa deste texto aqui, lembrei-me de um certo carnaval há muitos anos atrás.

Eramos 4. A minha irmã, os 2 filhos do meu padrasto e eu. Todos entre os 7 e os 12 anos. Ainda crianças. Iamos para o Algarve e divertiamo-nos todas as manhãs com corridas no corredor do hotel em que viamos quantos boiões de doce conseguiamos espetar nas portas dos quartos...

Mas não era sobre isso a história. O que realmente me ficou na memória foi o dia em que nos mascaramos. A minha irmã de bailarina, eles de Zorro e Mexicano, eu .... de Pintor.

Até hoje detesto o Carnaval.

Encontro

"Um Grande Vinho é sempre um Encontro.

Um Encontro entre tí, o vinho e as circunstâncias em que o bebes."

Nadir, Os Goliardos, Curso de Vinhos e de Vinhas

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Tenho um segredo...

Segredo

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...

Miguel Torga Diário VIII

sábado, fevereiro 04, 2006

Há mais lá dentro!

Jantar. Grupo grande. Travessa na mesa. Dizem os donos da casa "Há mais lá dentro". E nós ali ficamos entre a dúvida do "será que há mesmo" e a cerimónia do "estou bem assim, obrigado"

A intenção de quem usa a frase é certamente boa. É deixar os convidados à vontade, é abri a porta à alarvidade...

Comigo funciona sempre ao contrário, como quem acha que o mais que lá dentro há ainda está na sua forma de batatas por descascar e cozinhar.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Pudesse Eu

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!

Pudesse eu - Sophia de Mello Breyner


foto por M. em Bahia Onnely Argentina

Portas Entreabertas

A vida é feita de escolhas.

Sim, sei que estou a usar um lugar comum, mas acredito plenamente nessa frase: A vida é feita de escolhas... um longo corredor cheio de portas que escolhemos abrir ou fechar.

Abrindo umas, escolhemos sempre deixar outras por abrir. Seguimos em frente, esquecendo aquilo que para trás ficou.

Fazemos bem.

Mas há sempre portas que se abrem inesperadamente, e ficam ali, entreabertas.

Ontem aconteceu-me isso. E ali a deixei, entreaberta. Quem sabe um dia volto para trás.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Atrás do tempo ou um texto vazio

Hoje cheguei atrás do tempo. Não muito. Não mais que 2 minutos. Mas atrás do tempo.
Disse para mim ao começar "até às 10h30 despacho isto". Olhei de seguida para o relógio eram 10h32. E assim terminei antes sequer de começar.
Mais tarde volto. Hoje? Amanhã? Por aqui.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Hoje...

... sopram novos ventos.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Embriaga-te

"Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia, ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são: "São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso.
Com vinho, com Poesia. ou com a virtude".

in Poesia mais-que-perfeita, Charles Baudelaire

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Lições do Oriente

"- Too many Mind!"
"- Too many mind?!?"
" - Yes, too many mind. Mind the sword, mind the movement, mind the enemy, mind the people seeing... too many mind... No mind!

O Último Samurai, RTP1 ontem à noite.

A lição que tirei: Preocupamo-nos em demasia. Pensamos de mais: Vou fazer isto assim, porque eles assado e depois aquilo, se ela coiso e etc... Quando ocupamos a mente com demasiadas coisas, com diferentes hipóteses, com muitas respostas e contrapropostas, perdemos a concentração e a capacidade de reacção.

Too many mind, no mind.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Apesar do Inverno

... relembrei-me deste poema de Miguel Torga, e fui à luta.

Sísifo
(Coimbra, 27 de Dezembro de 1977)

Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças

Invernia

Hoje trago o inverno comigo...
O vento frio que sopra lá fora congelou a minha ambição.

Não me apetece fazer nada
E esse nada fazer constipa-me o ego.

Espirro cá para fora a raiva de estar assim,
como quem chove.

Amanhã o sol há-de brilhar

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Encontros

Hoje à hora do Almoço. Dois homens, provavelmente colegas de trabalho, almoçam juntos. Chega um terceiro. Aproxima-se. Segue-se um surpreendido: óooohohhooohohohoh repetido durante mais de 30 segundos por dois dos intervenientes.
Foi hoje ao almoço, entre pessoas que não conheço... mas já me vi assim, surpreendido por alguém que há muito tempo não vejo, e lá repito eu esta cena: Um óooohohhooohohohoh ou um iihhhhhhhhh!!! repetido a dois
Gosto desta expressão. Nela cabe um sem fim de palavras. É muito mais que uma interjeição de surpresa... é...
- Olha quem é que está aqui?
- Tás bom Pá?
- Há quanto tempo?
-Tás mais gordo!
- Tás mais magro!
- Como vai a Familia!
- Ainda estás com a...
- Gosto de te ver...
- Epá há quanto tempo
- É verdade pá..
.... e por aí fora.
São palavras que provavelmente nunca diremos mas que resumimos assim: em apenas 2 letras.
Impressionante esta capacidade de sintese

Video killed the Radio?

Gosto de rádio. Gosto de ouvir... gosto dos sons... prendem-me
Hoje de manhã, no carro, a TSF apresentava as estreias de cinema... "coisa estranha esta de sugerir um filme através dos sons" - pensei. Rapidamente, o meu ouvido ficou preso na voz do actor que dizia " Allow me to be frank (...) you will not like me!"... o tom de independência, de rebeldia, de poder... que me fez querer ver o filme sem ter visto uma única imagem... eis o poder do som.
No mundo dominado pelo meios visuais, onde o "ver para crer" (e para querer ) impera: O som da rádio desde sempre me prende e faz a minha imaginação voar.
Acho que é sobretudo a voz.
A voz a deixar-me a pensar na pessoas que está para lá das ondas: A voz de Fernando Alves de manhã mostrando os seus "sinais", o entusiamo de Jorge perestrelo a gritar " Portugal, Portugal, Portugal...." depois da vitória sobre Inglaterra; a minha desilusão a primeira vez que vi a Ana Lamy, para lá da voz, na televisão; a cara por detrás do Pedro Ribeiro que ouvia todas as "manhãs da Comercial"...
Acho que é também o som.. o som do que não posso ver:
Os sons do mundo, nas ondas da rádio, todas as manhãs. Os sons do medo, da alegria, do passado, da violência, da infância, do progresso, da esperança... todos estes sons, no meu rádio, quando vou e volto do emprego, quando lá fora só vejo o trânsito.
Para mim a Rádio é um must. Todos os dias.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Sobre isto de ter um blog

(a próposito do que se escreve aqui sobre o começo deste aqui)
Como eles e outros, Eu tenho um Blog. É a minha 3ª tentativa e pela primeira vez estou a conseguir manter a regularidade dos textos.
Ontem recebi um mail.... bom era mais um pedido. Um pedido de atenção: Frontal e Directo como a pessoa que o escrevia. Anunciava um blog e pedia para ser lido.
Quem escreve um blogue, ainda que de forma secreta, quer ser lido. Anseia o comentário inesperado, de alguém... anónimo ou conhecido. Entusiasma-se com os números (7 visitas na última hora...). Vibra quando aparece referido em qualquer outro lado.
Quem escreve um blogue quer encontrar novas formas de ser descoberto. Por aqueles que já o conhecem, por quem só agora aqui chegou.
Nas minhas primeiras tentativas ninguem me leu, ninguêm me descobriu. Desisiti. Acho que desta vou continuar...

terça-feira, janeiro 24, 2006

Provérbios (1)

"Estamos sempre a meio caminho"
Provérbio Árabe
Foto por Marta: Glaciar Perito Moreno Argentina
Ouvi este provérbio ontem, num curso de vinhos, copos e etc que estou a fazer nos Goliardos, um sitio a não perder ali na R da Mãe D´àgua , 9 em Lisboa: Pelo ambiente de convivio, pelos vinhos, pelo espirito goliardo
Mas voltando ao provérbio: Diz-nos ele que estamos sempre a meio caminho, sabemos sempre mais do que julgamos, mas temos sempre outro tanto a aprender...
Quer nos sintamos pequeninos, falhados, incapazes; Quer cheios de basófia nos sintamos os maiores; Estamos sempre a meio caminho...
É por isso aqui que eu estou: A meio caminho do que já vivi; A meio caminho do que ei de viver. O que para trás deixei deu-me lições e armas que serão muito úteis para os próximos passos, mas só o que viver no futuro, só o que ainda irei aprender, me permitirá ultrapassar dores e saborear sucessos...
Por isso brindo ao caminho: Ao que já fiz e ao que ei de fazer. Á vossa.